O governo da Espanha solicitou ao Ministério Público que investigue se a lei que proíbe espetáculos que desonram pessoas com deficiência foi violada na festa de 18 anos do craque do Barcelona Lamine Yamal.
O pedido foi feito pelo Ministério dos Direitos Sociais, que anunciou a decisão nesta terça-feira (15), repetindo uma denúncia da Associação de Pessoas com Acondroplasia (ADEE).
Vários companheiros de equipe compareceram à festa, além de celebridades musicais, como Bizarrap e Bad Gyal.
Os convidados não foram autorizados a filmar o evento, mas um vídeo circulou nas redes sociais mostrando pessoas com nanismo chegando à festa.
“Ninguém nos desrespeitou, pudemos trabalhar em paz. Somos pessoas normais fazendo o que amamos de forma completamente legal”, disse um deles à rádio catalã RAC1, sob anonimato.
Segundo ele, quatro artistas que dançam, servem bebidas e fazem truques de mágica foram para contratados para entreter os convidados. Ele criticou a ADEE por querer “nos impedir de fazer o que gostamos”, sem oferecer “nenhum trabalho ou formação aos afetados”.
A ADEE, uma organização da Confederação Espanhola de Pessoas com Deficiência Física e Orgânica (COCEMFE), anunciou que tomará “medidas legais e sociais” contra Yamal para “salvaguardar a dignidade das pessoas com deficiência”.
A organização, que denunciou a contratação de pessoas com nanismo para fins de entretenimento, acredita que as ações violam “não apenas a legislação vigente, mas também os valores éticos fundamentais de uma sociedade que se pretende igualitária e respeitosa”.
“Esse tipo de prática é intolerável, pois perpetua estereótipos, alimenta a discriminação e compromete a imagem e os direitos das pessoas com acondroplasia ou outras displasias esqueléticas, assim como de todas as pessoas com deficiência”, afirma a ADEE.
O rapper dominicano Chimbala, de baixa estatura, postou um vídeo no Instagram no qual canta ao lado de Yamal.
“Em seus 18 anos, o melhor jogador do mundo, Lamine Yamal, cantando minha música ‘Abuseadora’. Obrigado por me convidar”, escreveu Chimbala.
Fonte G1 Brasília
