O governo federal lançou nesta quinta-feira (27) um grupo de trabalho interministerial para discutir sobre temas como assédio e discriminação na administração pública federal.
O lançamento ocorreu no auditório do Ministério do Planejamento. Participaram da cerimônia a primeira-dama, Janja da Silva, e os ministros Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos), Anielle Franco (Igualdade Racial do Brasil), Jorge Messias (Advogado-Geral da União) e Vinicius Carvalho (Controladoria-Geral da União).
Ao todo, o grupo contará com o trabalho de 10 ministérios e terá seis meses para elaborar um Plano de Enfrentamento ao Assédio e à Discriminação.
A primeira-dama discursou no início do evento e reforçou a importância da criação da iniciativa. Janja disse ainda que já sofreu assédio sexual e moral.
“Eu, como mulher, com tantos anos de profissão, falo com convicção sobre o assunto, por já ter sofrido assédio, assédio moral e assédio sexual, e eu tenho certeza que muitas mulheres que estão aqui presentes já vivenciaram isso ou já presenciaram em algum momento no seu ambiente de trabalho”, afirmou Janja.
A ministra Esther Dweck destacou também que o trabalho do GT vai além da questão da saúde.
“É importante entender que esse grupo vai trabalhar para fazer um plano de enfrentamento ao assédio à discriminação da administração pública federal e terá o poder de transbordar, como estou falando, indo muito além da atenção à saúde”, afirmou.
Homenagens a Marielle
Durante o lançamento, o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinicius Carvalho, lembrou que, neste dia 27 de julho, a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2017, completaria 44 anos.
Em sua fala, Carvalho disse que era um ato simbólico o grupo de trabalho estar sendo lançado no mesmo dia do aniversário da vereadora e foi aplaudido.
“Fazer esse evento no dia de hoje, pessoal, eu acho que é algo muito simbólico, acho que para todos nós. Hoje a Marielle estaria fazendo 44 anos, não é isso, Ani? [aplausos]. E eu sei que não sou melhor pessoa para estar falando disso aqui, mas acho muito simbólico a gente lançar esse GT de enfrentamento ao assédio e à discriminação”, afirmou.
A ministra de igualdade racial e irmã de Marielle, Anielle Franco, também citou o aniversário da irmã.
“O Vinicius já me emocionou no começo da fala dele. Eu acho que a implementação desses trabalhos desde o início do ano, mas, em especial, neste mês que é o julho das mulheres negras, o julho das pretas, nesta semana onde a gente conseguiu estar na Colômbia assinando um acordo histórico com a primeira vice-presidente negra da Colômbia, mas estando aqui hoje no aniversário de Marielle que para mim tem um significado, além da resistência, muito especial?, afirmou.
A ministra da mulher, Cida Gonçalves, também citou o aniversário de Marielle e comentou o fato de um dos réus do assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes ter confessado o crime nesta semana.
“Quero dar um abraço na minha companheira Anielle […], primeiro pelo aniversário da Mari, segundo pela conquista nesta semana da descoberta de quem atirou, porque a gente ainda não descobriu quem mandou matar Marielle e eu acho que isso tem a ver exatamente com a luta da irmã e da mulher que ficou junto com a família, junto com todas as pessoas, para resistir para que a gente possa descobrir quem matou Marielle Franco”, afirmou Cida.
Fonte G1 Brasília