O Palácio do Planalto decidiu ampliar a resposta à crise dos descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. A ordem é comunicar diretamente os 40 milhões de beneficiários da Previdência Social ? e não apenas os cerca de 6 milhões que tiveram valores abatidos, em alguns casos sem autorização.
A medida não é só administrativa. Tem um peso político importante. Interlocutores do governo ouvidos pelo blog afirmam que a preocupação é evitar que o episódio se transforme em um novo ?caso Pix?.
O governo sofreu uma crise de comunicação, quando uma mudança técnica nas regras de repasse de informações entre instituições financeiras e o Banco Central foi explorada pela oposição como se fosse uma tentativa de vigilância sobre as transações dos brasileiros.
A leitura no Planalto é que, naquela ocasião, a ausência de uma comunicação rápida e clara criou espaço para que dúvidas ganhassem corpo ? mesmo que o fundamento técnico da medida fosse legítimo.
Agora, diante de um novo episódio sensível, a orientação é ter agilidade para evitar que se crie um ambiente de desconfiança generalizada.
A estratégia prevê duas frentes de comunicação:
- Para quem teve desconto: o governo vai esclarecer se a cobrança foi legal ou não. Nos casos irregulares, vai informar como será feito o ressarcimento.
- Para os demais, a mensagem será de tranquilização, informando que o benefício não foi alterado e que não há desconto a ser contestado.
Hoje, todos os beneficiários tentam conferir se teve algum desconto no benefício – mesmo quem não foi afetado está desconfiado. Por isso, segundo uma fonte, não basta falar só com os 6 milhões. É preciso alcançar todos os 40 milhões de segurados.
Fonte G1 Brasília