Interlocutores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliam que o governo Luiz Inácio Lula da Silva precisa dar uma sinalização mais forte na área fiscal, incluindo o anúncio de medidas adicionais, para reverter de vez o cenário negativo que reina no mercado neste fim de ano.
Para esses aliados, a aprovação do atual pacote fiscal vai ajudar a acalmar o mercado ? mas não será suficiente para derrubar o dólar e eliminar rapidamente as pressões inflacionárias.
Nesta terça-feira (17), o mercado cambial estava no modo “teste para cardíaco”, segundo gestores de bancos.
O dólar não caiu nem mesmo com uma inédita intervenção do Banco Central, que fez duas operações de venda de dólar à vista, totalizando US$ 3,287 bilhões.
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No máximo, o que se conseguiu foi evitar uma disparada, já que o dólar chegou a ser cotado a R$ 6,20. Ao fim, fechou a terça em em R$ 6,09 ? uma leve alta de 0,04% em relação ao dia anterior.
Não fossem as duas intervenções, a primeira de US$ 1,272 bi e a segunda de US$ 2,015 bilhões, o dia teria sido pior.
O maior recuo ocorreu quando o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, anunciou a votação da regulamentação da reforma tributária e de pelo menos uma das medidas do pacote fiscal, prometendo colocar as outras duas em análise nesta quarta-feira (18).
Mercado ‘perdeu referência’
Na avaliação dos interlocutores da equipe econômica no sistema financeiro, o mercado perdeu referência de preços e vai seguir tensionado, pressionando o Banco Central no aperto da política monetária.
Com isso, segundo eles, somente medidas adicionais na área fiscal vão conseguir reverter esse cenário. O problema, reconhecem, é que eles não enxergam disposição do presidente Lula para apoiar a equipe econômica nesta linha.
O risco é o dólar se estacionar no valor de R$ 6 ? o que não será uma boa notícia. O dólar alto vai manter as pressões inflacionárias neste final de ano e no início de 2025, gerando desaceleração da economia brasileira exatamente no terceiro mandato do presidente Lula.
Veja as vendas de dólar à vista dos últimos dias, depois da disparada do dólar:
- US$ 845 milhões na sexta-feira (13)
- US$ 1,623 bilhão na segunda-feira (16)
- US$ 1,272 bilhão nesta terça-feira pela manhã (17)
- US$ 2,015 bilhões nesta terça-feira à tarde (17)
Fonte G1 Brasília