Um jornalista da República Tcheca virou notícia em todo país após tentar distrair o assassino que matou 13 pessoas na Faculdade de Arte da Universidade Charles, em Praga, na quinta-feira (21).
Jiri Forman é repórter da AKTU, agência de notícias local focada em segurança, e tem experiência em zonas de guerra. Em entrevista à Reuters, ele contou que se escondeu atrás de um muro enquanto o atirador disparava em direção a uma praça na frente da instituição de ensino.
“Ele estava do telhado atirando em tudo que se movia na praça naquele momento”, contou Formam.
Ao ver que muitas pessoas estavam tentando fugir e se proteger do atirador, o repórter resolveu distraí-lo.
“Gritei para ele atirar na minha direção para que as pessoas pudessem correr para algum lugar seguro”, afirmou o repórter.
Forman também ajudou a polícia, fornecendo informações e incentivando-os a responder aos tiros. ?Quer dizer, no momento em que o agressor se expôs de tal forma que poderia levar um tiro, o policial, eu acredito, atirou três vezes contra o atirador”, afirmou ele.
O assassino morreu, mas, segundo as autoridades tchecas, ainda não está claro se ele cometeu suicídio ou se foi baleado por um dos policiais.
As ações de Formam renderam elogios na mídia e nas redes sociais, mas o repórter disse que não vê sua atitude como “heroica”.
?Fiz coisas que acreditava serem certas?, disse.
Atirador é suspeito de outros crimes
O atirador da Universidade de Charles é suspeito de ter assassinado também um homem e sua filha de dois meses. As vítimas foram encontradas mortas na semana passada em um vilarejo nos arredores de Praga.
A perícia balística mostrou uma correspondência da arma usada em ambos os casos, informou a polícia nesta sexta.
Investigação
O primeiro-ministro da República Tcheca, Petr Fiala, disse que o país atravessa “um momento doloroso e triste” e informou que autoridades estão conduzindo uma investigação sobre o ataque.
“É do interesse de todos esclarecer e investigar os menores detalhes do que aconteceu ontem e o que levou a isso”, declarou.
O ministro do Interior, Vit Rakusan, disse à imprensa que “não há indicação de que este crime tenha qualquer relação com o terrorismo internacional”.
Os crimes com armas de fogo são relativamente raros na República Tcheca. Em dezembro de 2019, um homem armado matou seis pessoas na sala de espera de um hospital na cidade de Ostrava, no leste do país, antes de fugir e cometer suicídio.
Fonte G1 Brasília