O pré-candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) afirmou nesta segunda-feira (9) que pretende levar Geraldo Alckmin (PSB) para seu palanque de campanha.
Alckmin, que governou São Paulo por três mandatos pelo PSDB, adversário histórico do PT, migrou para o PSB para ser vice na chapa de Lula (PT) nas eleições presidenciais deste ano.
Em evento realizado pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), Haddad foi questionado sobre a resistência histórica ao PT no interior do estado, e se Alckmin poderá ajudar na questão.
“Eu espero [levar Alckmin para o palanque no interior]. Eu não sei como vai ficar a situação final com o PSB, e longe de mim querer criar constrangimento. Mas provavelmente nós vamos ter um candidato da chapa nacional [PT-PSB] no segundo turno, e essa pessoa vai receber o apoio do Lula e do Alckmin”, disse Haddad.
Ainda sobre o eleitorado do interior, o pré-candidato afirmou que vê uma possibilidade de mudança diante do índice de reprovação da gestão atual.
“Hoje a rejeição aos governos atuais, estadual e federal, é muito alta em São Paulo. Então temos a possibilidade de transformar essa indignação em uma coisa propositiva. Eu acho que tenho um perfil de diálogo com os mais variados setores da sociedade, e estamos fazendo conversas inclusive com setores refratários a nós historicamente. Esses dias interagi com várias associações de policiais militares e civis que estão positivamente impressionadas com nosso discurso de segurança, por exemplo.”
O petista também voltou a citar a proposta de criação de um plano de metas que vincule a melhora de indicadores de criminalidade com a valorização de trabalhadores da segurança pública.
PT e PSB
Segundo a última pesquisa eleitoral realizada pelo Datafolha em abril, Haddad tem 29% das intenções de voto, seguido por França, com 20%. Embora PT e PSB tentem costurar acordo para candidatura única para o estado, tanto Haddad quanto França já sinalizaram que não abrirão mão da disputa pelo cargo.
Nesta segunda, Haddad voltou a dizer que a tendência é de que os dois nomes sejam mantidos na disputa estadual.
?É natural que PT e outros partidos, PSB, PSDB, queiram ter candidato próprio. Estamos falando de 22% de eleitorado em um estado. É muito difícil o PSB pedir para o PT: ?olha, tira o Haddad que facilita minha vida?. Como a recíproca é verdadeira?, disse.
Pandemia e saúde
Entre as medidas na área da saúde que pretende adotar caso seja eleito, Haddad mencionou a criação de mais “Hospitais Dia”, que consistem em assistência intermediária de pacientes entre o atendimento ambulatorial e procedimentos hospitalares mais complexos. O pré-candidato também afirmou que pretende levar carretas de atendimento móvel principalmente para o interior.
Ele também criticou a gestão João Doria (PSDB) no enfrentamento da pandemia no estado.
?São Paulo precisa agir rápido em relação à fila do SUS, que está inadministrada. A política do Doria foi muito errática no combate à pandemia do ponto de vista da gestão. A pandemia foi politizada tanto pelo governo federal como pelo governo estadual. Ele [Doria] poderia ter liderado uma ação conjunta, mais coletiva e menos personalista. Ter se aproximado do Consórcio do Nordeste, ter feito gestão junto aos governadores do Sudeste, e não querer estar na vitrine das soluções dos problemas em virtude de uma ambição pessoal.”
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Fonte G1 Brasília