O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou nesta segunda-feira (26) que todos os focos de queimadas florestais registrados no Brasil são resultado de ações humanas, mas disse que ainda não é possível dizer que há uma ação criminosa orquestrada.
“Se foi uma ação organizada, criminosa, isso é o que as investigações vão determinar”, afirmou Agostinho após uma reunião no Palácio do Planalto que tratou de ações a ser tomadas para conter os incêndios.
O Brasil vive nos últimos dias uma situação crítica, em especial no Sudeste e no Centro-Oeste, com intensificação da estiagem, da baixa umidade do ar e da multiplicação dos focos de incêndio florestal. Cidades, em especial do interior paulista, foram tomadas pela fumaça, que chegou até Brasília e cobriu, no domingo (25), prédio da capital federal.
Mesmo dizendo que, no momento, não há indícios de ação orquestrada, Agostinho afirmou que a situação em alguns estados é “suspeita”.
“Alguns estados apresentem situações suspeitas. Em alguns lugares, há uma distribuição uniforme dos focos, ao longo das estradas, ou colocados em momentos de difícil controle”, afirmou.
Agostinho disse que o momento é extremo e que o governo federal nunca teve tantos brigadistas em campo para combater o fogo.
“Estamos vivendo momentos extremos e enfrentando situações em que a estrutura está montada: no Pantanal, temos 800 pessoas e na Amazônia, 1.400 brigadistas”, disse.
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Agostinho também comentou sobre a necessidade de uma mudança de perspectiva em relação às mudanças climáticas e à forma como o país deverá lidar com isso.
?De certa forma, teremos que olhar para a mudança climática de outra maneira. Muito provavelmente, vamos ter que investir bastante em tecnologia, e a humanidade terá que repensar uma série de estratégias daqui para frente?, afirmou.
Por fim, o presidente do Ibama fez um apelo à população para que evite qualquer tipo de queimada neste momento crítico.
?O que realmente precisamos enfrentar é que o foco está sendo colocado em pessoas. No Brasil, estão colocando fogo. Esse é o recado que precisamos passar: a sociedade precisa entender que este momento não é hora de colocar fogo no mato ou no lixo?, concluiu.
A reunião desta segunda, de acordo com Agostinho, serviu de preparação para um encontro com governadores, em que ações contra as queimadas serão discutidas de forma mais específica. Ainda não há data para essa reunião com governadores.
Fonte G1 Brasília