A cúpula das Forças avalia que a presença de 25 militares da ativa ou da reserva entre os 37 indiciados por tentativa de golpe atinge a imagem da corporação, mas é uma “depuração necessária para enviar um recado aos quartéis de que planos golpistas serão punidos com rigor” pelo Judiciário.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, tem dito que a orquestração de um golpe por militares ficou restrito a um grupo e não foi um ato da instituição.
?A responsabilidade é de cada um. Cada um que responda pelos seus atos. A instituição não teve nem tem envolvimento com isso?, afirma o ministro da Defesa.
Ele lembra que foi a posição firme de dois militares que evitaram um golpe. Uma referência aos comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Batista Jr., que rejeitaram qualquer participação das Forças Armadas na elaboração do plano da minuta do golpe.
Freire Gomes e Batista Jr. relataram, em depoimentos à Polícia Federal, que tiveram reunião no Palácio da Alvorada com o então presidente Bolsonaro, quando foram apresentados à minuta do golpe em discussão dentro governo. Os dois se posicionaram contra o planejamento.
O único que teria se posicionado a favor foi o comandante da Marinha, almirante Garnier Santos. Ele está na lista dos indiciados.
Dentro das Forças Armadas, a avaliação é que o episódio vai ajudar a tirar, de vez, a política de dentro dos quartéis.
E que o ideal é o Congresso aprovar rapidamente a PEC dos militares, proposta pelas Forças Armadas, que determina que um militar, se quiser disputa um cargo eletivo, tem de deixar a ativa e ir para a reserva, não voltando mais aos quartéis.
Fonte G1 Brasília