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Irmãos conquistam ouro no Sul-Americano de Parajiu-jitsu e garantem vagas no Mundial

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O último fim de semana marcou um capítulo emocionante ao paradesporto mato-grossense. Em Salvador, os irmãos Kaike Angelim, 31 anos, e João Angelim, 17 anos, naturais de Paranatinga-MT e residentes em Cuiabá, subiram ao topo do pódio no Campeonato Sul-Americano de Parajiu-jitsu, conquistando medalhas de ouro e garantindo vagas para os Mundiais em Bangkok, na Tailândia, e em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, ambos em novembro de 2025.

A delegação de Mato Grosso, com atletas de Barra do Garças, Cuiabá, Paranatinga e Porto Alegre do Norte, coordenada pela Associação Mato-Grossense de Jiu-Jitsu Paradesportivo (AMTJJP), conquistou 26 medalhas mesmo enfrentando uma viagem de 42 horas de ônibus. O resultado evidencia a dedicação dos atletas e o impacto positivo do investimento no paradesporto. Todos conquistaram vaga para o Mundial e agora buscam incentivos financeiros para disputar a competição internacional.

Kaike Angelim: da glória à queda, e da queda ao topo

Kaike já era um nome de destaque no jiu-jitsu, acumulando títulos como campeão mundial, pan-americano, sul-americano, latino-americano, brasileiro e mato-grossense. Em 2019, chamou atenção nacional ao vender água nos semáforos de Cuiabá para custear sua participação no Campeonato Mundial nos Emirados Árabes. A história viralizou e resultou em um convite do príncipe herdeiro para competir em Abu Dhabi com todas as despesas pagas, marcando o auge de sua carreira.

Em 2022, sua vida mudou drasticamente. Ele sofreu um acidente de moto que o deixou paraplégico, no mesmo dia em que nasceu sua segunda filha. O episódio interrompeu sua carreira e trouxe enormes desafios físicos, emocionais e financeiros.

Após intenso processo de reabilitação, Kaike voltou ao esporte em 2024, conquistando bronze no Grand Slam do Rio de Janeiro, prata no Mundial em Abu Dhabi e, mais recentemente, ouro no Sul-Americano em Salvador. Na competição, venceu o mesmo adversário que o havia derrotado em sua primeira luta após o acidente, mostrando resiliência e evolução.

? Esse ouro representa muito mais do que uma medalha. É a prova de que Deus me resgatou entre a vida e a morte para que eu pudesse inspirar outras pessoas através do esporte ? afirmou Kaike.

Além da medalha, a vitória assegurou a participação de Kaike em dois eventos internacionais de grande importância: o Mundial em Bangkok, no caminho paralímpico, e o Mundial Profissional em Abu Dhabi.

João Angelim: primeira competição e ouro

João nasceu com uma bactéria hospitalar que comprometeu todas as articulações do corpo, submetendo-o a mais de 50 cirurgias envolvendo dedos, cotovelos, joelhos e pés. Apesar das limitações físicas, destacou-se no atletismo paralímpico, conquistando diversos títulos:

  • 2 vezes campeão paralímpico brasileiro;
  • 5 vezes campeão escolar paralímpico;
  • 8 vezes campeão do Meeting Paralímpico;
  • 4 vezes campeão estadual paralímpico;
  • Recordes nacionais no lançamento de dardo (19m), disco (17m) e 60m rasos escolares.

Incentivado pelo irmão Kaike, João retornou ao jiu-jitsu, modalidade que havia treinado aos três anos. Em sua primeira competição oficial de parajiu-jitsu, conquistou o ouro na classe L3, confirmando que força e superação são marcas da família.

Delegação histórica de Mato Grosso

O desempenho dos irmãos Angelim integra um resultado coletivo notável para Mato Grosso. A equipe, sob a liderança de Lais Magalhães, somou 26 medalhas, incluindo outros destaques:

  • Ana Julia Souza dos Santos ? Ouro ? Classe B3
  • Suiany Linhares de Oliveira ? Ouro ? Classe K3
  • Davi de Moura Câmara ? Ouro ? Classe C3
  • Guilherme Carvalho Dantas ? Ouro ? Classe B3
  • Luiz Vicente Silva Carnoski ? Ouro ? Classe E4

Parte da delegação enfrentou desafios logísticos, viajando mais de 40 horas de ônibus de Barra do Garças a Salvador, mas alcançou resultados expressivos, mostrando dedicação e comprometimento com o paradesporto.

? Cada medalha representa dignidade, inclusão e sonhos realizados. Esses atletas provaram que é possível transformar desafios em conquistas ? destacou Lais Magalhães.

Rumo aos Mundiais de 2025

Com o sucesso em Salvador, Kaike e João agora se preparam para os Mundiais de Bangkok e Abu Dhabi, onde representarão Mato Grosso e o Brasil. A trajetória dos irmãos é marcada por resiliência, esforço e inspiração, provando que desafios extremos podem ser superados com dedicação, fé e união familiar.

?Hoje, eu e meu irmão somos campeões, mas queremos que nossa história sirva de exemplo para outras pessoas que enfrentam desafios. Não existe limite para quem acredita e luta com o coração?, concluiu Kaike.

Fonte GE Esportes

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