Após determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, iniciou os esforços para repatriar uma segunda lista de brasileiros e familiares que permaneceram na Faixa de Gaza. Ontem, durante o desembarque dos 32 repatriados, Lula ouviu apelos para que o governo brasileiro traga ao país outros nacionais que ficaram no território palestino, além de familiares dos que já retornaram.
O chanceler reuniu representantes das áreas consulares no Itamaraty na tarde desta terça-feira (14) para discutir os trâmites. Não há um número preciso de quantos querem retornar, mas estima-se que seja algo entre 40 e 50 brasileiros e familiares, segundo fontes do Itamaraty.
O primeiro passo é entrar em contato com essas pessoas e confirmar se de fato há o desejo de embarcar para o Brasil. Em seguida, será feita uma avaliação se os que manifestaram interesse se enquadram nos critérios de repatriação ou refúgio. Será analisado, por exemplo, o grau de parentesco com cidadãos nacionais daqueles que ainda não têm nacionalidade brasileira.
Os nomes serão submetidos às autoridades israelenses e egípcias. A saída dessa segunda lista também terá de ser negociada com os representantes do Hamas, que governa a Faixa de Gaza, assim como ocorreu na primeira lista.
O Itamaraty não consegue estipular qualquer tipo de previsão para a saída da segunda leva de repatriados. Um interlocutor do Ministério das Relações Exteriores afirma que cerca de seis ou sete mil estrangeiros pediram para sair da Faixa de Gaza. Até agora, após duas semanas desde a abertura da passagem de Rafah, aproximadamente 3 mil conseguiram deixar o local.
A avaliação é que dificilmente essa segunda lista de repatriados brasileiros vai conseguir deixar Gaza antes que todos os estrangeiros que pediram para sair deixem o território. A passagem de Rafah voltou a ser fechada, após um breve intervalo de abertura no domingo, justamente quando os brasileiros conseguiram atravessar a fronteira.
Ainda segundo o Itamaraty, o acordo entre Egito e Israel, mediado pelo Catar, prevê que a passagem seja aberta desde que haja o trânsito de ambulâncias e ajuda humanitária, o que não estaria ocorrendo nos últimos dias porque as tropas israelenses cercaram hospitais em Gaza. Por causa disso, o governo egípcio voltou a fechar a passagem fronteiriça.
Fonte G1 Brasília