A deputada estadual Janaina Riva (MDB) afirmou na última quinta-feira (12) que sem a devida fiscalização e regularização de produtores, os parques e reservas estaduais são “ineficientes” por serem alvos de desmatamento e irregularidades ambientais. Contudo, a parlamentar afirmou que esse não é o caso do Parque Estadual Reserva Ricardo Franco, localizado no município de Vila Bela da Santíssima Trindade (a 521 km de Cuiabá), devido aos produtores que auxiliam na manutenção da área.
A Reserva Ricardo Franco entrou na mira da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e corre o risco de ser extinta, para preservar os produtores rurais da região, que já estavam lá antes da criação da unidade.
O projeto, assinado por lideranças partidárias do Legislativo, aponta que o decreto não teria indenizado os produtores que estavam no local, além de não cumprir requisitos necessários para a implantação da unidade de conservação.
Em entrevista à imprensa, Janaina deu o exemplo da Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, no município Colniza (????), que é alvo de desmatamento e outras ações devido à extensão da área e pouca fiscalização por parte do Governo do Estado.
“Como você coloca um gerente de parque para 300 mil hectares de terra? Então, o que acontece? Entra e desmata. Eu acho que nós temos que ter áreas delimitadas, mas com uma proteção extra por parte do Estado, inclusive com os produtores. Porque quando você tem ali produtor que tem documento formalizado ali do lado, o próprio produtor cuida, porque a terra ali é dele também. Isso daí a gente não vê na Ricardo Franco, porque ali tem os produtores”, enfatizou.
Segundo a parlamentar, produtores regularizados não cometem irregularidades ambientais devido à fiscalização. “Se ele fizer isso, ele não pode nem mais vender o gado dele para o frigorífico, isso é o informal, aquele que realmente está cometendo crime, e esse daí a gente realmente não defende”.
A deputada defendeu uma atuação mais incisiva por parte do Estado na segurança e manutenção dessas unidades de preservação, com exploração somente dos potenciais turísticos.
“Não tem como pegar uma terra daquele tamanho e dizer que vai preservar, se o Estado não dá conta de fiscalizar. Eu acho que até mil pessoas ali não dão conta de fiscalizar 300 mil hectares, então hoje são ineficientes as reservas e parques ambientais do Estado de Mato Grosso”, pontuou.
O projeto em relação à reserva de Vila Bela da Santíssima Trindade foi retirado de pauta na última quarta-feira (11), após a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) abrir diálogo junto ao Ministério Público Estadual (MPE) para reformular a proposta e entrar em um acordo em relação aos produtores e, assim, evitar a extinção do parque.
Fonte: Isso É Notícia