O presidente da Argentina, Javier Milei, deve vir ao Brasil no próximo fim de semana para participar de um fórum conservador ? e sem previsão de encontro com Luiz Inácio Lula da Silva, segundo apurou a TV Globo.
Milei é esperado na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), que será realizada em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, nos dias 6 e 7. O evento prevê palestras de políticos de direita e extrema-direita, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL.
Até o momento, a viagem não foi divulgada oficialmente pelo governo da Argentina. Questionados pelo g1, o Palácio do Planalto e o Itamaraty ainda não comentaram a possível visita de Milei.
Interlocutores na Casa Rosada dizem que um encontro com Bolsonaro não está marcado, mas consta nas intenções da assessoria de Milei.
A presença de Milei no fórum conservador contrasta com a ausência prevista do presidente da Argentina em outro evento: a Cúpula do Mercosul, marcada para o próximo dia 8 em Assunção, no Paraguai.
O presidente argentino desistiu de participar do evento, usualmente povoado pelos chefes de Estado. Em seu lugar, a Argentina será representada pela chanceler Diana Mondino.
Diplomatas do Itamaraty ouvidos pela TV Globo avaliam que a postura de Milei está clara desde a sua posse, em janeiro deste ano: foco na política interna e acenos à direita local e global, enquanto a diplomacia tradicional e as relações com blocos e organismos internacionais ficam a cargo de representantes.
No Palácio do Planalto, a opção de Milei por uma reunião com Bolsonaro e uma ausência à Cúpula do Mercosul pode reforçar o distanciamento entre os políticos.
Lula e Milei nunca se reuniram em um encontro bilateral, apesar de Brasil e Argentina serem os principais parceiros comerciais um do outro no continente. Eles estiveram juntos na cúpula do G7 na Itália, em junho, mas não se reuniram a sós.
Na última semana, Lula chegou a cobrar que Milei pedisse desculpas ao Brasil e a ele por ter falado “muita bobagem”. Não houve resposta pública do governo argentino.
Questionados sobre a possibilidade de uma reunião bilateral nos próximos meses, diplomatas e assessores internacionais de Lula dão respostas similares, na seguinte linha: “Por enquanto, podem esquecer.”
Fonte G1 Brasília