Joenia Wapichana assumiu nesta sexta-feira (3) o cargo de presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). O órgão é responsável pela promoção e proteção dos povos indígenas em todo o território nacional.
Aos 49 anos, ela é a primeira mulher indígena no comando do órgão. A advogada assume o órgão em meio à crise humanitária Yanomami, após encerrar o mandato como deputada federal.
A Funai vai compor estrutura do inédito Ministério dos Povos Indígenas. Na gestão passada, a pasta integrava o Ministério de Segurança Pública e Justiça.
A cerimônia de posse ocorreu no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília, com a presença das ministras Sônia Guajajara e Marina Silva, do ministro Wellington Dias e da Governadora em exercício, Celina Leão.
Prioridades
Joênia Wapichana assume a Funaí em meio à crise humanitária Yanomami e com nenhuma reserva demarcada na gestão passada.
Em janeiro, ela disse que uma das prioridades é reorganizar a Funai e valorizar os servidores que colocam suas vidas em risco.
No começo do mês, em Roraima, na presença de lideranças como Davi Kopenawa, ativistas, indigenistas e funcionários da Funai, reforçou o compromisso do governo de retirar invasores garimpeiros dos territórios indígenas no estado.
Perfil
Ex- deputada federal e advogada, Joenia Wapichana nasceu em Roraima na comunidade indígena Truau da Cabeceira. Também foi:
- a primeira indígena eleita na história da Câmara dos deputados, em 2018
- primeira advogada indígena da história a se pronunciar no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2008, durante a homologação que definiu os limites da Reserva Raposa Serra do Sol.
- a primeira mulher indígena formada em direito pela Universidade Federal de Roraima (UFRR). É mestre pela Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.
Fonte G1 Brasília