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José Múcio diz que vai reiterar à PF pedido de informações sobre idas do hacker Delgatti à Defesa

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O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou neste domingo (20) que vai reiterar à Polícia Federal que envie ao ministério as informações sobre as reuniões do hacker Walter Delgatti com integrantes do Ministério da Defesa. Segundo o ministro, ele voltará a pedir as informações na segunda-feira (21) pois aguarda detalhes dos encontros para tomar providências internas.

O hacker Walter Delgatti Neto disse em depoimento à CPI dos Atos Golpistas que foi recebido no Ministério da Defesa e que “orientou” o relatório da Defesa sobre as urnas eletrônicas entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após as eleições presidenciais. Delgatti teria, inclusive, se econtrado com o então titular da pasta, general Paulo Sérgio Nogueira, com o coronel Eduardo Gomes da Silva e com um grupo de servidores.

Múcio afirmou que pediu diretamente ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, os nomes das pessoas que teriam recebido o hacker nas dependências do ministério. Ainda segundo o ministro, a Defesa não tem registro dos encontros. A Polícia Federal confirmou ao blog da jornalista Andreia Sadi que Múcio pediu os nomes, mas que aguardava um ofício para entregar a relação.

“Não recebi nenhuma informação. Amanhã, devo tomar providências, cobrar outra vez, ver se alguém viu a pessoa. Estou pedindo desde o início da semana, sexta-feira mandei um ofício. Antes havia sido dois telefonemas para Andrei, que disse que logo que tiver manda para mim”, disse Múcio.

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A atuação de Delgatti na Defesa

O hacker disse em depoimento à CPI dos Atos Golpistas que “orientou” a íntegra do conteúdo do retório do Ministério da Defesa sobre as urnas eletrônicas entregue ao TSE em novembro de 2022, após as eleições presidenciais.

O relatório não apontou qualquer fraude na votação, mas pediu que o tribunal fizesse “ajustes” no sistema eleitoral já rejeitados tecnicamente por entidades fiscalizadoras e disse que não era possível atestar a “isenção” das urnas.

A posição do Ministério da Defesa, sugerindo dúvidas sobre a isenção das urnas, divergiu de todas as demais entidades fiscalizadoras nacionais e internacionais. Essas entidades foram unânimes em comprovar que a urna eletrônica é segura e que as eleições foram limpas.

Segundo Delgatti Neto, embora não tenha escrito o texto em si, foi ele quem chegou a essas conclusões e as transmitiu aos técnicos do Ministério da Defesa.

“A ideia inicial era que eu inspecionasse o código-fonte, só que eles explicaram que o código-fonte ficava somente no TSE e apenas servidores do Ministério da Defesa teriam acesso a esse código. Então, eles iam até o TSE e me repassavam o que eles viam, porque eles não tinham acesso à internet, eles não podiam levar uma parte do código; eles acabavam decorando um pedaço do código e me repassando”, relatou Delgatti.

“Então, tudo isso que eu repassei a eles consta no relatório que foi entregue ao TSE. Eu posso dizer hoje que, de forma integral, aquele relatório tem exatamente o que eu disse, não tem nada menos e nada mais”, prosseguiu.

O relatório da Defesa foi algo inédito nas eleições de 2022, criado após pressão do então presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) ? que insistiu pela participação das Forças Armadas como entidades fiscalizadoras do processo.

Até o ano passado, as Forças Armadas participavam apenas da logística do processo eleitoral, transportando urnas a regiões de difícil acesso e garantindo a segurança dos locais de votação.

Pedido de invasão às urnas

Delgatti também revelou, em depoimento à Polícia Federal, que em setembro de 2022, véspera das eleições, teve um pedido para uma tentativa de invasão às urnas. Segundo o hacker, ele se encontrou com Carla Zambelli, que fez a ele o pedido.

Na sequência, ele disse em depoimento que chegou a tentar, mas que o código fonte não estaria disponível em um computador online e não conseguiu. Em troca, como relevado pelo blog, ele invadiu o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e emitiu um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, que foi entregue a Zambelli.

Após o depoimento, Zambelli foi alvo de operação da PF nesta quarta-feira, a mesma que prendeu novamente Delgatti. Além da prisão, a PF determinou a apreensão do passaporte e bens acima de R$ 10 mil.

Fonte G1 Brasília

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