A Justiça da Argentina autorizou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, a visitar a ex-presidente do país Cristina Kirchner, que está em prisão domiciliar.
A decisão foi tomada nesta quarta-feira (2), um dia após o pedido ser feito, pelo juiz Jorge Gorini, responsável por executar a pena de Kirchner, de acordo com o jornal “Clarín”.
O pedido para a visita foi apresentado pelos advogados de Cristina Kirchner.
A ex-presidente foi condenada a seis anos de prisão por corrupção. Em junho, a Suprema Corte da Argentina rejeitou os recursos apresentados pela defesa e determinou o início imediato do cumprimento da pena.
Cristina está detida em seu apartamento no bairro de Monserrat, em Buenos Aires, desde 17 de junho. Ela foi autorizada a cumprir prisão domiciliar por ter mais de 70 anos. A Justiça também permitiu que ela recebesse visitas, desde que solicitadas com antecedência.
Segundo o Clarín, fontes judiciais confirmaram que os advogados apresentaram o requerimento nesta terça-feira, pedindo autorização para a visita de Lula. A solicitação ainda será analisada pela Justiça.
Lula viajará para a Argentina nesta semana para participar da cúpula do Mercosul. O encontro acontecerá entre quarta (2) e quinta-feira (3).
No mês passado, o presidente brasileiro ligou para Cristina logo após a Suprema Corte rejeitar o recurso que pedia a anulação da condenação da ex-presidente.
“Falei da importância de que se mantenha firme neste momento difícil. Notei, com satisfação, a maneira serena e determinada com que Cristina encara essa situação adversa e o quanto está determinada a seguir lutando”, publicou Lula em uma rede social.
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República disse que não vai se manifestar.
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Condenação
Cristina foi condenada por favorecer Lázaro Báez, dono de uma empreiteira e amigo do casal Kirchner. Segundo a denúncia, o empresário venceu 51 licitações para obras públicas, muitas delas superfaturadas e sequer concluídas.
De acordo com a acusação, após vencer as licitações, Báez repassava parte dos recursos públicos das obras para Cristina e seu marido, Néstor Kirchner ? que governou a Argentina entre 2003 e 2007 ?, além de empresas de familiares do casal.
A ex-presidente foi acusada de chefiar uma organização criminosa e de conduzir uma administração fraudulenta ao longo de 12 anos, período que inclui o governo de Néstor e os dois mandatos dela. O esquema teria causado um prejuízo de US$ 1 bilhão aos cofres públicos.
Cristina nega todas as acusações e afirma que o tribunal já tinha a sentença pronta desde o início do processo. Quando foi condenada em primeira instância, ela disse que a Justiça agia como um ?pelotão de fuzilamento?.
Além da ex-presidente, Báez e outras duas pessoas também foram condenados a seis anos de prisão. Néstor Kirchner morreu em 2010.
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Fonte G1 Brasília