O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse nesta terça-feira (26) que para combater o crime organizado é necessária a união de forças nas áreas de segurança pública em diferentes esferas.
A declaração foi dada em entrevista exclusiva ao Jornal Nacional.
“O que é preciso é uma ação mais incisiva das policias locais: policias civis e policias militares, juntamente com as forças de segurança federal, em especial a Policia Federal. É isso que é necessário”, argumentou.
Para Lewandowski o trabalho de inteligência, no intercâmbio de informações, é fundamental nesse sentido.
Esse tema foi abordado durante uma reunião entre o ministro e governadores do Sul e do Sudeste nesta terça.
Os governadores apresentaram a Lewandowski uma proposta conjunta de combate à criminalidade. Eles sugerem ajustes no Código Penal e na Lei de Execução Penal.
Entre as medidas propostas pelos governadores estão:
- Modificar a lei sobre as audiências de custódia, com a criação da figura da “habitualidade criminosa” ao permitir a decretação da prisão preventiva, mesmo sem condenação, quando houver provas de reiterada prática de crimes do cidadão;
- Tornar homicídio qualificado aquele praticado a mando de uma facção criminosa ? e, portanto, com penas mais duras;
- Regularizar a integração e o compartilhamento de informações entre as forças policiais sobre monitoração eletrônica dos condenados;
- Permitir prisão em flagrante em abordagens policiais mesmo sem elementos objetivos de suspeita.
“Padronização de informações, troca de dados de inteligência e ações conjuntas. Isso é que foi combinado e daqui pra frente nós faríamos isso para combater a criminalidade, especialmente a criminalidade organizada. O que eu quero deixar como um recado é que o crime organizado, as milicias e as facções não triunfarão porque o estado brasileiro tem instrumento suficientes para enfrentar esse desafio e vai utiliza-los”, pontuou o ministro.
Para Lewandowski não é mais possível que cada estado trabalhe por si. Segundo ele, é preciso buscar uma integração não apenas entre os estados, mas também com o governo federal.
Fonte G1 Brasília