O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta quinta-feira (29) a taxa de juros fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central.
Sem citar o nome do presidente do BC, Roberto Campos Neto, Lula disse que a instituição tem um “cidadão que não entende nada de povo”. Lula deu as declarações em entrevista à Rádio Gaúcha, do Rio Grande do Sul.
“Você tem um cidadão, que me parece que não entende absolutamente nada de país, não entende nada de povo, não tem sentimento com o sofrimento do povo e mantém uma taxa de juros para atender os interesses de quem? A quem que esse cidadão está servindo neste momento?”, questionou o petista.
Lula afirmou ainda que, na avaliação dele, “não tem explicação” para a taxa de juros estar em 13,75% ao ano, uma vez que “não há inflação de demanda” no país.
O presidente disse também que “esse cidadão vai ter que pensar” e que o Senado vai terá de “ver como lida com ele”.
“Se esse cidadão cumprir com suas funções tais quais foram aprovadas pelo Senado, ótimo. Eu pouco me preocupo que seja autônomo, ou não, o BC. Eu quero é que ele funcione”, declarou Lula.
Banco Central independente
Com o Banco Central independente, Lula não tem poder para demitir Campos Neto, que foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para a presidência da instituição.
Somente o Senado pode retirar Campos Neto da presidência do BC, o que não está no radar da Casa Legislativa, apesar da pressão de governistas. O mandato de Campos Neto na instituição financeira vai até o fim de 2024.
O presidente do BC tem dito que a definição da taxa de juros segue critérios técnicos, e levam em consideração diversos aspectos, como a inflação e a credibilidade econômica do país.
Agenda no RS
Nesta sexta-feira (30), o petista visitará as cidades de Porto Alegre e Viamão, onde entregará casas populares dentro do programa Minha Casa, Minha Vida.
Na entrevista, Lula afirmou que pretende anunciar nos próximos dias um grande programa de investimentos em infraestrutura, que tem sido chamado informalmente de “PAC 3”, uma referência ao Programa de Aceleração do Crescimento das gestões petistas anteriores.
O petista disse esperar investir mais de R$ 5 bilhões em obras no Rio Grande do Sul.
Fonte G1 Brasília