A candidata ao governo, Márcia Pinheiro (PV), voltou a criticar o governador Mauro Mendes (União) – que busca reeleição – em relação a assinatura do contrato que irá executar as obras do Ônibus de Trânsito Rápido (BRT), a ser implantado em Cuiabá e Várzea Grande. Para Márcia, é inadmissível que após tantos investimentos voltados para a execução do VLT, os vagões do projeto anterior “sejam descartados” e substituídos por ônibus.
Assim como seu marido, o prefeito da Capital Emanuel Pinheiro (MDB), a primeira-dama é defensora ferrenha do VLT.
“Não é ele que vai andar de ônibus, se fosse, com certeza ele não assinaria, porque quando ele faz isso, ele não está tendo nenhuma sensibilidade com as pessoas que merecem um transporte público de qualidade”, disse Márcia na manhã desta sexta-feira (2) no Giro Conti.
De acordo com a candidata, ela não é contra o BRT, mas sim, que o projeto anterior seja finalizado. Na avaliação de Márcia, a decisão de Mendes em executar o modal é uma falta de sensibilidade gigante, tanto com a população, quanto com o dinheiro público.
“É lamentável essa decisão, eu conheço efetivamente o BRT, eu sou paranaense, morei em Curitiba e conheço esse tipo de modal desde 81 e não que ele não possa ser colocado em outras regiões de Cuiabá, mas você deixar aqueles vagões [que já foram investidos mais de 1 bilhão] parados e colocar ônibus para as pessoas andarem é uma falta de sensibilidade gigante”, enfatizou.
A construção do VLT de Cuiabá já custou R$ 1,066 bilhão aos cofres do estado de Mato Grosso.
A divergência na escolha pelo “melhor modal” sempre esteve presente nos embates entre a gestão municipal de Cuiabá e o governo do Estado.
Assinatura BRT
O Consórcio Construtor BRT Cuiabá, liderado pela empresa Nova Engevix, foi o vencedor da licitação, realizada no mês de março, apresentando a proposta de menor preço. Ao todo, a obra de mobilidade é orçada em R$ 468 milhões.
Na ocasião, o chefe do Paiaguás ainda aproveitou para criticar Emanuel, que além de defender a conclusão do VLT, ingressou com uma ação no Tribunal de Contas da União (TCU) que travou a licitação do BRT.
Na última sexta-feira (26), o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que o Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE) tem competência de fiscalizar obras do BRT nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande.
A decisão em questão, diz respeito ao mandado de segurança impetrado junto ao STF pelo presidente do TCE José Carlos Novelli, onde alegava conflito de competência fiscalizatória entre o órgão estadual e o TCU.
Toffoli destacou que o TCU não tem competência sobre questões relacionadas ao BRT, já que não há verba federal envolvida na licitação e posterior contrato.
Fonte: Isso É Notícia