REDES SOCIAIS

25°C

Mato Grosso lidera devastação ambiental com o cruel “correntão” liberado pela própria SEMA

Share on facebook
Share on twitter
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email

Mesmo com o selo de autorização da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), o método bárbaro do correntão — em que tratores arrastam correntes gigantescas para devastar rapidamente extensas áreas vegetadas — expõe a face mais primitiva e irresponsável da gestão ambiental em Mato Grosso. Não se trata apenas de suprimir árvores: o impacto é também mortal para a fauna silvestre, que, sem qualquer chance de fuga, é esmagada ou desorientada em meio à queda abrupta das árvores. A legalização desse método ignora princípios elementares de preservação ecológica, reduzindo a proteção ambiental a um mero protocolo burocrático. André Trigueiro, da GloboNews, está absolutamente correto ao denunciar essa prática como uma violência inaceitável contra o meio ambiente.

É estarrecedor observar que o mesmo Estado que, em 2012, havia proibido o uso do correntão por entender seus danos irreparáveis, cedeu em 2016 à pressão do agronegócio e da Assembleia Legislativa, autorizando novamente a prática mediante aprovação da SEMA. Ainda mais absurdo foi o retrocesso judicial: em 2020, uma decisão revogou o uso do método, mas, dois anos depois, o próprio Judiciário anulou a sentença, normalizando novamente essa devastação institucionalizada. A sucessão de atos oficiais a favor do correntão revela não apenas a fragilidade das políticas públicas ambientais, mas também um comprometimento alarmante da sensibilidade ecológica diante dos interesses imediatistas da produção.

Não é coincidência que Mato Grosso dispute recorrentemente o trágico pódio de maior devastador de florestas no Brasil, ao lado de Pará e Rondônia, conforme medições do sistema PRODES, do INPE. Quando o Estado — por conveniência econômica — abdica da responsabilidade moral de proteger sua biodiversidade, a destruição deixa de ser apenas uma consequência inevitável do desenvolvimento e passa a ser uma escolha deliberada. A prática do correntão, mesmo “legalizada”, é um retrato sombrio da falência ética da política ambiental mato-grossense.

VÍDEOS EM DESTAQUE

ÚLTIMAS NOTÍCIAS