O mercado financeiro reduziu de 8,89% para 7,96% a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano. O índice mede a inflação oficial do país.
A nova projeção consta do boletim Focus, divulgado nesta sexta-feira (8) pelo Banco Central (BC). Os dados foram colhidos na semana retrasada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
A estimativa anterior para a inflação, de 8,89%, foi divulgada no começo de junho.Devido à greve dos servidores do Banco Central, a apresentação do boletim Focus ficou suspensa por semanas. Com o fim da paralisação, anunciado nesta semana, os dados voltaram a ser divulgados.
Na próxima segunda-feira (11), sairá um novo boletim Focus, com as previsões colhidas nesta semana.
Queda na inflação
A queda na estimava para a inflação deste ano coincide o teto estabelecido para a alíquota de ICMS (imposto estadual) sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo.
Preocupados com o impacto eleitoral da inflação de dois dígitos no acumulado em 12 meses, que desde o fim do ano passado corrói o poder de compra dos brasileiros, o governo e o Congresso aprovaram um projeto que limitou a cobrança de ICMS sobre esses itens.
Pelo texto aprovado e sancionado em junho, itens como diesel, gasolina, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo passaram a ser classificados como essenciais e indispensáveis, o que impede que os estados cobrem taxa superior a 17% ou 18%, dependendo da localidade.
Até então, os combustíveis e outros bens que o projeto beneficia eram considerados supérfluos e pagavam, em alguns estados, até 30% de ICMS. A grande maioria dos estados já adequou suas alíquotas à nova legislação.
Como esses itens têm peso importante na composição da inflação, além de afetarem indiretamente o preço de diversos produtos, vários analistas do mercado esperam uma deflação (queda da inflação) em julho, o que não ocorre desde maio de 2020.
Meta oficial
Apesar da queda na projeção do IPCA para este ano, a estimativa segue acima do teto do sistema de metas de inflação, que é de 5% em 2022.
Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3,5% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 2% e 5%. Em 2021, o governo já estourou o teto da meta de inflação.
Produto Interno Bruto
O mercado financeiro também passou a prever um alta maior do PIB neste ano. A previsão é que a economia brasileira cresça 1,51%, ante 1,20% previsto há quatro semanas.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Taxa de juros
Já para a taxa básica de juros da economia, a Selic, o mercado passou a prever que a taxa encerrará o ano em 13,75%, ante 13,25% previstos há quatro semanas.
Atualmente, a taxa Selic está em 13,25% ao ano, a maior desde dezembro de 2016. O Comitê de Política (Copom) do Banco Central, quem define a taxa, já sinalizou uma nova alta em agosto, para 13,5% ou 13,75%, e a manutenção dos juros mais altos durante um período prolongado de tempo.
Fonte G1 Brasília