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Meta de inflação terá novo estouro em junho; Banco Central deverá explicar motivos e em quanto tempo os preços cairão

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Com o início do sistema de meta contínua de inflação em janeiro deste ano, o Banco Central se prepara para divulgar uma nova carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Isso ocorre por conta do novo estouro da meta de inflação, prevista para acontecer em junho deste ano ? quando a inflação acumulada em 12 meses ficará acima do teto permitido.

O descumprimento, a partir de junho, ocorre porque a inflação terá ficado por seis meses seguidos acima do teto de 4,5%.

A divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desse mês, que confirmará o estouro da meta de inflação, acontecerá em 10 de julho.

  • A meta contínua de inflação, no Brasil, é de 3%, mas o IPCA pode oscilar entre 1,5% em 4,5% sem que ela seja formalmente descumprida.
  • Em doze meses até maio, a inflação oficial somou 5,32%, bem acima do teto do sistema de metas.
  • Para junho, a projeção do mercado é de que o IPCA some 0,27%, o que manterá a inflação cheia acima do patamar de 5% em doze meses até junho.

De acordo o Banco Central, o IPCA deverá retornar ao intervalo das metas (entre 1,5% e 4,5%) somente no primeiro trimestre de 2026. A projeção consta no relatório de política monetária, divulgado nesta semana.

Nos últimos quatro anos, quando a meta era contabilizada por anos fechados, houve estouro da meta (com a inflação acima do teto permitido) em três deles: 2021, 2022 e 2024.

Carta aberta

De acordo com o sistema de metas de inflação, a carta ao ministro Haddad, que será divulgada em julho, deverá conter, ao menos, esses pontos:

  1. A descrição detalhada das causas do descumprimento da meta;
  2. As medidas necessárias para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos;
  3. O prazo esperado para que as medidas produzam efeito (e a inflação retorne à meta).

??Para tentar trazer a inflação de volta às metas, o BC subiu o juro básico da economia para 15% ao ano em junho. Esse é o maior patamar em 20 anos. Também representa a segunda maior taxa real do mundo.

Sistema de meta contínua

?Desde janeiro de 2025, em linha com a experiência internacional, a meta passou a se referir à inflação acumulada em doze meses, apurada mês a mês, também conhecida como ‘meta contínua’.

Todo mês, a inflação acumulada em doze meses é comparada com a meta e seu intervalo de tolerância. Assim, a verificação não fica mais restrita ao mês de dezembro de cada ano.

A meta é considerada descumprida se a inflação ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos. A utilização desse p?eríodo evita a caracterização de descumprimento em situações de variações temporárias na inflação.

No caso de desvios da inflação da meta, o tamanho do horizonte considerado para atingimento da meta é definido pelo BC. O prazo de convergência da inflação depende da natureza e persistência dos choques e dos mecanismos de transmissão em curso na economia.

No caso de descumprimento da meta, o BC tem de divulgar publicamente as razões do descumprimento por meio de nota no Relatório de Política Monetária e carta aberta ao Ministro da Fazenda.

A nota e a carta devem trazer a descrição detalhada das causas do descumprimento, as medidas necessárias para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos e o prazo esperado para que as medidas produzam efeito.

Nova nota e nova carta têm de ser divulgadas caso a inflação não retorne ao intervalo de tolerância da meta no prazo estipulado ou caso o BC considere necessário atualizar as medidas ou o prazo esperado para o retorno da inflação ao intervalo de tolerância da meta fixado.

Como o Banco Central atua?

?A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.

  • Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, pode baixar os juros. Se estão acima, tende a manter ou subir a Selic.
  • Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses.
  • Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
  • Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo semestre de 2026.
  • Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 5,24% (com estouro da meta), 4,5%, 4% e em 3,83%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC.

Na ata de sua última reunião, realizada em maio, o BC informou que se manterá vigilante e a “calibragem” (ritmo) do aperto monetário apropriado (alta do juro) seguirá guiada pelo objetivo de trazer a inflação para as metas.

Desaceleração da economia e juro alto por período prolongado

O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país.

??Na ata da última reunião do Copom, divulgada em maio, o BC informou que o chamado “hiato do produto” segue positivo.

??Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.

??O Banco Central também informou que o juro alto já contribui para desaceleração da atividade e que impacto na geração de empregos deve se aprofundar.

Fonte G1 Brasília

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