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Militar preso por plano para matar Lula foi ao Alvorada e disse que Bolsonaro aceitou ‘nosso assessoramento’, diz PF

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Preso nesta terça-feira (19) por planejar as mortes de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, o general da reserva Mario Fernandes visitou o Palácio do Alvorada, disse ter conversado com Jair Bolsonaro (PL) e comemorou, em áudio, que o então presidente aceitou o “nosso assessoramento” após o ex-presidente voltar

Os dados constam da representação feita pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal para pedir a prisão do general Fernandes e outras 4 pessoas suspeitas de envolvimento planejamento dos atentados.

A PF não cita nenhuma ação de Bolsonaro, e o ex-presidente não foi alvo da operação.

A visita ao Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência da República, aconteceu às 17h de 8 de dezembro de 2022, e foi confirmada pela PF nos registros oficiais de acesso ao local.

Bolsonaro estava no Alvorada no dia 8 de dezembro. Naquele dia, segundo o próprio ex-presidente, que ele recebeu lá o senador Marcos do Val e o ex-deputado Daniel Silveira.

No dia seguinte, 9 de novembro, Bolsonaro rompeu o silêncio em que se mantinha desde a derrota para Lula (PT) na eleição de outubro e falou com apoiadores em frente ao Alvorada.

No discurso, Bolsonaro afirmou que as Forças Armadas eram “o último obstáculo para o socialismo” e ter certeza de que elas estavam “unidas e devem, assim como eu lealdade ao nosso povo, respeito à Constituição”.

O então presidente derrotado disse ainda que iriam vencer, e que tudo daria certo “no momento oportuno.”

Em áudio encaminhado a Mauro Cid, ajudante-de-ordens de Bolsonaro, pouco depois, Mario Fernandes comentou o episódio.

“Força, Cid. Meu amigo, muito bacana o presidente ter ido lá à frente ali do Alvorada e ter se pronunciado, cara. Que bacana que ele aceitou aí o nosso assessoramento. Porra, deu a cara para o público dele, para a galera que confia, acredita nele até a morte”.

Militar afirma que disse a Bolsonaro que haviam perdido oportunidades

O general Fernandes afirmou que, na conversa com Bolsonaro, o então presidente lhe disse que qualquer ação poderia acontecer até 31 de dezembro de 2022 ? último dia do governo ?, mesmo que a diplomação de Lula (PT), prevista para 12 de dezembro, já tivesse ocorrido.

“Mas, porra, aí na hora eu disse, pô presidente, mas o quanto antes, a gente já perdeu tantas oportunidades”, disse Fernandes para Cid, segundo o documento da PF.

Fernandes era ‘ponto focal’ do governo Bolsonaro com golpistas, diz PF

Durante o governo Bolsonaro, Fernandes ocupou o cargo de chefe substituto na secretaria-geral da Presidência da República, o que lhe dava, segundo a PF “estreita proximidade com o então presidente Jair Bolsonaro”.

De acordo com as investigações, Fernandes tinha também relação integrantes dos movimentos golpistas, como os caminhoneiros que estavam acampados em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.

“O contexto das mensagens evidencia que Mário Fernandes era o ponto focal do governo de Jair Bolsonaro com os manifestantes golpistas”, diz a PF.

A PF cita que, após o encontro com Bolsonaro, Fernandes pediu a Mauro Cid para que o então ajudante-de-ordens pedisse ao presidente para atuar para evitar a apreensão de caminhões em frente ao QG do Exército por ordem da Justiça.

“Então isso seria importante, se o presidente pudesse dar um input ali para o Ministério da Justiça para segurar a PF ou para a Defesa alertar o CMP [Comando Militar do Planalto], e, porra, não deixa”, disse Fernandes.

Em resposta, Cid se comprometeu a falar com Bolsonaro sobre o assunto.

Fonte G1 Brasília

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