A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse ao Conexão GloboNews que a pasta vai publicar nesta terça-feira (7) uma portaria com remessa imediata de recursos para a saúde no estado do Rio Grande do Sul.
?Nós vamos hoje publicar uma portaria com a destinação de R$ 63 milhões com a destinação para custeio de ações emergenciais?, afirmou Nísia.
O dinheiro vai ser destinado a uma série de ações na área de saúde. A água poluída causa riscos de muitas doenças e ainda piora o quadro da dengue no estado, que já era desafiador.
A ministra declarou que muitos insumos de saúde foram perdidos nos temporais e algumas unidades de saúde foram complemente inviabilizadas. Os impactos, afirmou Nísia, ainda estão sendo contabilizados. ?Ainda não temos um diagnóstico de todo o impacto na saúde?, disse a ministra.
Ao Conexão GloboNews, Nísia Trindade também contou que está recebendo ajuda dos estados e vai, nos próximos dias, liberar remédios de alto custo para a população gaúcha.
?Quero agradecer a todos os estados que nessa visão de SUS, nessa junção de federação, governo federal, estados e municípios, há muita vinda de medicamentos. Então, estamos organizando essa remessa nos próximos dias?, contou.
Temporais e o impacto na saúde
As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul há uma semana devem resultar em uma série de doenças, segundo a infectologista Stephanie Scalco.
No contato humano, a água misturada com a urina de ratos pode causar leptospirose que, em casos graves, pode matar. Já a água represada tende a gerar surtos de dengue. Até esta segunda-feira (6), o os temporais no estado já causaram 90 mortes.
As águas que inundam as cidades são perigosas pois se juntam ao esgoto, de acordo com a infectologista, que é gestora médica do Serviço de Controle de Infecção do Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre.
As doenças que podem ser contraídas a partir desse contato são hepatite A, gastroenterite viral, gastroenterite bacteriana, leptospirose e parasitoses intestinais.
“A água tem excrementos humanos, tem resíduos de fezes humanas e não humanas. Então, tudo que pode ser transmitido por meio de esgoto vai estar presente nessa água”, afirma.
A especialista afirma que a chance de contrair uma doença na água está associada a uma série de fatores, como o contato prolongado, ferimentos abertos, ingestão acidental e contato com a boca ou nariz.
Fonte G1 Brasília