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Ministra dos Povos Indígenas defende que AGU mude posição sobre medida que reduziu área ambiental para construção da Ferrogrão

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A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, defendeu que a Advocacia Geral da União (AGU) mude seu entendimento e passe a ser contra a redução da área do Parque Nacional do Jamanxim, uma unidade de conservação no Pará.

A redução foi feita via Medida Provisória no governo de Michel Temer (MDB) para permitir a passagem da Ferrogrão, ferrovia que vai ligar o Mato Grosso ao norte do Pará.

Nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, a AGU foi favorável à redução dos limites do parque.

Em ofício enviado à AGU, o Ministério dos Povos Indígenas argumenta que a redução da área do Parque Nacional do Jamanxim, fere a Constituição por ter sido feito via MP, e defende a necessidade consulta prévia aos povos indígenas.

Questionada pelo g1, a AGU afirma que o pedido de revisão do entendimento feito pela ministra Guajajara está sob análise.

O parque do Jamanxim é habitado por diversas comunidades indígenas, entre elas Munduruku, Kayapó e Apiaká.

“A redução do parque sem consulta prévia aos povos indígenas fere não apenas o direito à consulta, mas também o direito à parcipação na tomada de decisões que afetam diretamente suas vidas e seus territórios”, afirma a ministra Guajajara no documento enviado à AGU.

O governo Temer aprovou a Medida Provisória 758/2016, que diminuiu a área do parque nacional em 35% na comparação com a área original (cerca de 480 mil hectares) para a exploração mineral e para a a passagem da Ferrogrão, cujo traçado corre paralelo ao da BR-163 e é uma demanda do agronegócio brasileiro. A medida foi transformada em lei em 2017.

O PSOL, autor da ação, argumenta que a lei que reduziu os limites do parque é inconstitucional por ter sido feita por meio de Medida Provisória — e não por projeto de lei, como determina a Constituição.

Na ação, a AGU, ainda sob governo Bolsonaro, se mostrou favorável à redução da área com o entendimento de que a medida terá saldo ambiental positivo e que tramitação de projetos de lei e de Medida Provisória não possuem diferenças relevantes.

O Ministério dos Povos Indígenas apontou a necessidade de mudança no posicionamento do órgão, “uma vez que o cenário é outro e a efetividade em proteção aos povos indígenas é umas das pautas primordiais do atual governo”.

O STF agendou para o dia 31 de maio o julgamento da ação.

Fonte G1 Brasília

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