REDES SOCIAIS

24°C

Moraes abre inquérito sobre Zambelli por suspeita de obstrução de Justiça e marca depoimento

Share on facebook
Share on twitter
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um inquérito na Polícia Federal para apurar se a deputada Carla Zambelli (PL-SP) tenta obstruir, com a fuga para os Estados Unidos, a investigação penal sobre a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Zambelli foi condenada por unanimidade pelo próprio Supremo a 10 anos de prisão por envolvimento no episódio. Segundo as investigações, ela atuou em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto para inserir documentos falsos na base de dados do CNJ, incluindo um suposto mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

Agora, a Procuradoria-Geral da República (PGR) quer apurar se houve tentativa da deputada de interferir no andamento da ação penal ? o que pode configurar o crime de obstrução de justiça. A nova apuração ficará a cargo da Polícia Federal, com supervisão do STF.

“As diversas entrevistas da ré, em 3/6/2025, indicam que a sua fuga do território nacional se reveste, além da tentativa de impedir a aplicação da lei penal, também, na reiteração das condutas criminosas de atentar contra as Instituições, por meio de desinformação para descredibilizar das instituições democráticas brasileiras e de interferir no andamento de processos judiciais em trâmite nesta Corte”, escreveu Moraes na decisão.

O ministro considera que Zambelli ficará nos Estados Unidos atuando de forma parecida à do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que também foi para o país. Para Moraes, o deputado licenciado está cometendo “condutas ilícitas” de atacar as instituições brasileiras a partir dos EUA.

“Também em entrevista, Carla Zambelli Salgado de Oliveira afirmou que está revendo ‘o plano original de se mudar para a Itália’ e que cogita agora permanecer nos Estados Unidos e pedir asilo político ao governo de Donald Trump ? o que, como destacado, reforça o intuito de adotar o mesmo modus operandi utilizado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro na prática de condutas ilícitas”, completou Moraes.

Moraes também determinou que:

  • Monitoramento de redes sociais:

A Polícia Federal deve monitorar e preservar publicações feitas por Carla Zambelli ou por terceiros ligados a ela, desde que tenham relação com o inquérito.

  • Depoimento da deputada:

A Polícia Federal deve ouvir Carla Zambelli no prazo de 10 dias. Como ela está fora do país, Moraes autorizou que a oitiva seja feita por escrito, com notificação inclusive por e-mail.

  • Investigação de transações financeiras:

O Banco Central deve informar detalhadamente os valores e os remetentes de transferências via PIX recebidas por Carla Zambelli.

Fuga para os Estados Unidos

A abertura do inquérito ocorre no momento em que Zambelli é considerada foragida. Ela deixou o Brasil no dia 25 de maio por terra, atravessando a fronteira com a Argentina. De Buenos Aires, embarcou para a Flórida, nos Estados Unidos, onde segue atualmente, segundo confirmou sua assessoria à TV Globo nesta quarta-feira (4).

Na terça (3), a PGR pediu ao STF a prisão preventiva da deputada e a inclusão do nome dela na lista vermelha da Interpol. Ministros da Corte consideraram a saída do país uma tentativa de escapar das consequências da condenação.

Em 2023, Zambelli chegou a ter o passaporte apreendido no curso das investigações, mas o documento foi devolvido, e ela não possuía impedimentos formais para deixar o Brasil.

Fonte G1 Brasília

VÍDEOS EM DESTAQUE

ÚLTIMAS NOTÍCIAS