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‘Não fui atingida porque Marielle foi meu escudo’, diz assessora em audiência com testemunhas

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A assessora da vereadora Marielle Franco, Fernanda Chaves, afirmou nesta segunda-feira (12) que não foi atingida pelos tiros que alvejaram o carro onde estava Marielle porque a vereadora funcionou como “escudo”.

Nesta segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a tomar depoimentos das testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na ação penal dos réus acusados de planejarem o assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, executados em 2018.

No depoimento, Fernanda afirmou ainda que, no momento do crime, um carro da Polícia Militar (PM) passou pelo local mas não parou, apesar dos pedidos de ajuda, e que a vereadora se posicionava abertamente como contrária às milícias no Rio de Janeiro.

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Em junho, por unanimidade, a Primeira Turma do STF tornou réus por homicídio qualificado e tentativa de homicídio contra a assessora Fernanda Chaves os seguintes acusados:

  • Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ);
  • Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), deputado federal;
  • Rivaldo Barbosa, delegado da Polícia Civil; e
  • o ex-policial Ronald Paulo de Alves.

Os irmãos Brazão e o ex-assessor Robson Calixto Fonseca, conhecido como ?Peixe?, também se tornaram réus por organização criminosa.

Momento do crime

Na sessão desta segunda-feira, a PGR pediu que Fernanda relembrasse o dia do assassinato. A assessora narrou detalhes dos dias antes e depois do ataque.

Ela foi questionada sobre os motivos pelos quais acredita que não foi atingida pelos disparos. Fernanda explicou que no momento pensou que se tratava de um tiroteio. Na época do crime, o laudo concluiu que a vereadora foi atingida por quatro tiros na região da cabeça.

“Não fui atingida porque Marielle foi meu escudo. Simplesmente, essa é uma leitura que eu faço. Eu estava muito próxima da Marielle, a gente estava olhando um celular da outra. A Marielle é uma mulher grande, alta, larga, grande. E no primeiro momento, eu me enrolei, me enrolei em um caracol e me afundei entre meu banco e o banco do Anderson”, relatou a assessora.

“Mas pensando em perspectiva, eu acho que não foi o fato de eu ter me… Até porque o banco traseiro do Anderson, a parte de trás do banco do Anderson foi atingido. Então não foi porque eu fui ‘ninja’ e me abaixei. Até porque foi uma rajada. No momento em que eu abaixei, os tiros já tinham cortado o carro. Então, eu atribuo ao corpo de Marielle, que está ali no lado”, seguiu.

Fernanda disse ainda que só ficou sabendo que Marielle não tinha sobrevivido após deixar o carro. Ela também se recorda que uma viatura da PM passou pelo local, mas não parou.

“O número de pessoas que começou a se aproximar foi aumentando, eu estava muito nervosa, tive excessos de tremedeira, e ansiosa pela chegada da ambulância e passou um carro da PM”, contou Fernanda.

“Esse carro não parou. Passou um carro ao lado da cena, essa hora inclusive as pessoas que tavam do meu lado, lembro de falarem ‘ajuda aqui’ e o policial que dirigia fez algum comentário no sentido de que ‘não é com a gente, mas já está vindo o carro da região’, algo no sentido de que já estava vindo algum outro carro de polícia. E foi quando uma das pessoas que estava próxima falou, ‘mas por favor, ela ta precisando de ajuda’ e o carro passou”, disse.

Fernanda pediu que os réus não acompanhassem seu depoimento, e o pedido foi concebido.

Milícia no Rio

A assessora também afirmou que ouviu de colegas do gabinete de Marielle que ela teve uma rusga, um “choque de plenário” com Chiquinho [Brazão] quando discutiram sobre um projeto de 2017.

  • Segundo Fernanda, a defesa da moradia fazia parte da atuação política da vereadora e era uma pauta crucial para ela.

“Não era incomum esse tema estar na pauta da Câmara, não me recordo exatamente do teor do PL [projeto de lei] em si, mas sim, recordo dessa, que essa eram batalhas ali políticas que estavam sempre colocadas na pauta do dia, a Marielle obviamente se colocava como uma pessoa contrária às milícias, por óbvio que não é milícia, é crime. […]”, detalhou Fernanda.

“Essa era uma pauta central para ela, a Comissão de Direitos Humanos, então era o tema do qual ela sempre se posicionava com muita força, com muita presença. Uma câmera dos vereadores, tentar frear a atuação desses grupos criminosos, enfim”, disse.

Fonte G1 Brasília

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