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Nicarágua troca embaixadora no Brasil

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O governo da Nicarágua trocou os embaixadores do Brasil e outros quatro países, dias depois de anunciar que considera suspender relações diplomáticas com o Vaticano por críticas do papa Francisco.

A troca na Embaixada do Brasil acontece também após o governo brasileiro ter declarado durante uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), na Suíça, que está disposto a receber nicaraguenses da oposição que tiveram sua nacionalidade retirada pelo governo autoritário do presidente do país, Daniel Ortega.

O governo nicaraguense, no entanto, não se pronunciou sobre as trocas nem comentou a oferta de Brasília de receber os apátridas.

As mudanças nas Embaixadas foram publicadas no Diário Oficial do país na quinta-feira (16) e incluem também os diplomatas do país na Coréia do Sul, na Tailândia, na Austrália, em Burundi e nas Filipinas. No Brasil, a embaixadora Lorena del Carmen Martínez foi substituída pelo conselheiro Gadiel Osmani Arce Zepeda.

Autoristarismo

O governo de Daniel Ortega vem sendo acusado de autoritarismo por diversas organizações internacionais.

Um relatório de um grupo de especialistas da ONU acusou o governo da Nicarágua de cometer violações sistemáticas dos direitos humanos e “crimes contra a humanidade”.

Divulgado em Genebra, o documento do Grupo de Especialistas em Direitos Humanos sobre a Nicarágua menciona execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, tortura e privação arbitrária da nacionalidade e do direito de permanecer no próprio país.

Em fevereiro, o governo de Daniel Ortega tirou 222 opositores da prisão, os enviou à força para os Estados Unidos e retirou a nacionalidade de todos.

Uma semana depois, um tribunal da Nicarágua também retirou a nacionalidade de 94 opositores já exilados e os considerou “traidores da pátria”.

Entre os sancionados, estão:

  • Os escritores Sergio Ramírez e Gioconda Belli – Ramírez era vice-presidente do governo sandinista da década de 1980, que era liderado pelo atual chefe de Estado Daniel Ortega;
  • O bispo católico Silvio Báez;
  • O ex-comandante guerrilheiro Luis Carrión;
  • A também ex-comandante guerrilheira Mónica Baltodano;
  • A ativista de direitos humanos Vilma Núñez;

Fonte G1 Brasília

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