A PEC da Transição apresentada pela equipe de Lula (PT) na quarta-feira (16) causou reação forte negativa não só no mercado financeiro? o dólar abriu em forte alta nesta quinta (17) ?, mas também em parlamentares do Centrão e em economistas e integrantes da equipe de transição que fazem parte da chamada ?frente ampla? ? e que dizem não ter sido consultados para montar o texto.
O texto propõe, entre outras coisas, que o Auxílio Brasil (que voltará a ser chamado de Bolsa Família) e outros gastos sociais fiquem permanentemente de fora do teto de gastos, mecanismo implementado no governo de Michel Temer (MDB) para limitar o aumento das despesas do governo federal.
Um parlamentar da cúpula do Congresso diz ao blog:
?Frente Ampla [termo usado pela equipe de Lula para alegar diversidade de posições no grupo de transição] está parecendo escola de samba: foi só o abre-alas. Todas as alas seguintes foram todas do PT. É isso que a PEC da transição está mostrando.?
Procurada pelo blog, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, reagiu e nega que não tenha havido consultas para a construção do texto. Afirma que senadores do MDB e do PSD, por exemplo, foram consultados, e ressaltou que o relator do orçamento de 2023 é do MDB.
Sobre as críticas do mercado, Gleisi disse ao blog o seguinte:
“Esse pessoal não vai mudar o que fizemos na campanha. Não vamos fazer estelionato eleitoral. Para de mimimi”, afirma. “Esse mercado é uma vergonha, ninguém está passando fome no mercado.”
Como o blog vem informando, o Ministério da Fazenda de Lula vai ser uma vitrine social, em busca de uma bandeira para o PT. A bandeira, como Lula vem reafirmando, vai ser priorizar o pobre e os programas sociais.
Por isso, as declarações de Lula têm reforçado a percepção de que o presidente eleito está ?preparando o terreno? para diluir o impacto do futuro Ministro da Fazenda, que deseja que seja um petista como Fernando Haddad.
A busca interna, agora, é pelo nome do Planejamento: se vai ser um liberal, e qual nome aceitaria. O favorito da ala de Alckmin é Persio Arida, mas petistas preferem André Lara Resende.
Fonte G1 Brasília