O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Lopes da Ponte, afirmou nesta quarta-feira (25) que “nunca” sofreu influência de pastores de ou de quaisquer outras pessoas na gestão do órgão.
Ponte deu a declaração ao participar de uma audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Ele foi chamado a dar explicações sobre denúncias de que pastores intermediavam a liberação de recursos no Ministério da Educação por meio do FNDE.
Em audiência no Senado, em abril, Ponte já havia relatado ter encontrado os pastores em quatro ocasiões. Nesta quarta (25), citou novamente esses encontros, mas afirmou que não houve influência dos pastores em suas decisões e reiterou que não os autorizou a usar seu nome em negociações.
“Quero deixar claro que nunca recebi influência de pastor ou de qualquer pessoa. Nosso trabalho é eminentemente técnico”, afirmou Ponte aos deputados.
“Nesses atendimentos em que houve a presença de pastores, quero esclarecer ainda que eles nunca viajaram conosco na aeronave da FAB ou nas comitivas de aviões comerciais e que nunca arcamos com qualquer despesa relacionadas a eles”, acrescentou o presidente do FNDE.
Em 22 de março, se tornou conhecida uma gravação na qual o então ministro da Educação, Milton Ribeiro, dizia a prefeitos que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, repassava verba a municípios indicados por pastores.
O episódio levou à demissão de Milton Ribeiro. As denúncias dos prefeitos envolvem os pastores Arilton Moura e Gilmar Silva. O g1 não localizou Arilton Moura quando o Senado ouviu os prefeitos; Gilmar Silva nega envolvimento em irregularidades.
?Minhas agendas são públicas e estão divulgadas no site do FNDE. Independente do partido político sempre atendi a todas as pessoas que me procuraram nesses quase dois anos de gestão, sejam prefeitos, secretários municipais de educação, deputados, senadores, governadores entre outros?, declarou aos parlamentares.
‘Onde há fumaça, há fogo’
Marcelo Lopes da Ponte disse que ter levado suspeitas de irregularidades na atuação dos pastores ao então ministro Milton Ribeiro e ao secretário-executivo da pasta Victor Godoy em agosto de 2021.
O presidente do FNDE afirmou que, após voltar de uma viagem a Nova Odessa (SP), ouviu ?conversas tortas? e levou imediatamente as suspeitas aos gestores, embora não tivesse provas.
?Não recebi, não me foi oferecido valores, mas onde há fumaça há fogo e eu achei por bem, falei ministro, queria que o senhor tomasse uma providência e ele ainda em agosto do ano passado mandou esse relato à CGU?, disse.
?Eu fui ouvido, prestei os esclarecimentos necessários e nesse próprio depoimento eu coloquei meu sigilo fiscal, bancário e telefônico à disposição das autoridades. Não tinha porque ter medo, não fiz nada errado?, declarou Ponte.
Fonte G1 Brasília