A estreia de Eduardo Barros no comando do Cuiabá, no empate em 1 a 1 contra o Athletico-PR, na Ligga Arena, trouxe alívio pelo resultado, mas também um sinal amarelo em relação ao desempenho. O ponto conquistado fora de casa teve contornos heroicos, graças ao gol de Mateusinho nos acréscimos, mas o roteiro do jogo deixa mais dúvidas do que certezas sobre o futuro do Dourado na Série B.
Barros armou o time com uma proposta nitidamente defensiva, reforçada por três volantes de marcação e pouco espaço para qualquer ousadia ofensiva. A posse de bola inferior a 30% escancara a estratégia: abdicar do controle do jogo e se fechar ao máximo. A equipe até resistiu bem, mas a produção ofensiva foi praticamente nula ? apenas duas finalizações ao gol em 90 minutos.
O problema é que tamanho recuo cobra seu preço. No segundo tempo, o Athletico ajustou sua formação, pressionou ainda mais e teve um pênalti desperdiçado. As mexidas de Eduardo Barros, por sinal, também foram questionáveis. A entrada de Max no lugar de Martínez foi apenas mais uma tentativa de fechar espaços, e as últimas substituições vieram tarde, já nos minutos finais, quando a equipe perdeu encaixe e acabou sofrendo o gol.
A sorte ? e o talento individual de Mateusinho ? evitaram uma derrota que parecia certa. O belo gol do lateral-direito nos acréscimos transformou o que seria mais um revés fora de casa em um empate celebrado como vitória. Mas não se pode perder de vista o contexto: o Cuiabá continua sem apresentar soluções criativas fora de casa e mantém o torcedor refém de lampejos isolados.
O resultado coloca o time na oitava colocação, agora com 32 pontos, e interrompe uma sequência de três derrotas como visitante. Um respiro importante, sem dúvida. Se o empate heroico pode dar moral ao elenco, o desempenho evidencia que Eduardo Barros precisará muito mais do que retranca para conduzir o Cuiabá à luta pelo acesso. O futebol apresentado até aqui não sustenta grandes ambições.
Fonte GE Esportes