Suspeito de encabeçar um esquema de venda ilegal de presentes recebidos pelo governo Bolsonaro, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid minimizava seu conhecimento sobre itens de luxo.
Numa conversa com um interlocutor em março de 2023, Cid disse que havia descoberto há pouco tempo o que era um Chopard, marca de luxo de um dos relógios recebidos por Jair Bolsonaro (PL), que a Polícia Federal (PF) suspeita ter sido desviado. “Se falassem para mim, ah, tem um relógio Chopard, eu ia perguntar: ‘o que que é isso?'”, afirmou na ocasião.
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Meses antes, entretanto, Cid foi o responsável por levar exatamente esse relógio ? que era parte de um kit avaliado em R$ 5,1 milhões ? para os Estados Unidos, segundo a PF. O item, que foi recebido pelo governo brasileiro em uma viagem à Arábia Saudita em 2021, foi levado para fora do país em dezembro, no avião presidencial em que Bolsonaro foi para a Flórida, nos Estados Unidos, dias antes do final de seu mandato.
Além disso, documentos obtidos pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas mostram que, em dezembro de 2022, Cid digitalizou e salvou em seu e-mail quatro certificados de itens da marca Chopard.
Mauro Cid está preso desde 3 de maio, quando foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid, no sistema do Ministério da Saúde, de integrantes da família do ex-auxiliar e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Operação da PF
Na sexta-feira (11), a Polícia Federal fez buscas em uma operação que averigua a suposta tentativa de vender ilegalmente presentes dados ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro por delegações estrangeiras. Entre os alvos da operação, estavam:
- Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e tenente-coronel do Exército;
- Mauro Cesar Lourena Cid, general do Exército e pai de Mauro Cesar Barbosa Cid;
- Osmar Crivelatti, tenente do Exército e ex-ajudante de ordens
- Frederick Wassef, advogado que já defendeu Bolsonaro e familiares em diversos processos na Justiça.
Fonte G1 Brasília