Enquanto Chapecó (SC) ergue o primeiro autódromo asfaltado do estado, com 4,004 km de pista padrão FIA e Fórmula 1 por R$ 70 milhões, Mato Grosso assiste atônito ao governo Mauro Mendes torrar mais de R$ 80 milhões do dinheiro público… num kartódromo de 1,153 km — ou seja, 2,851 km a menos que o autódromo catarinense.
E não é exagero: o “Parque Novo Mato Grosso” — apelidado com justiça de Parque dos Bilionários — se consolida como o maior investimento público em segregação social já visto no estado. Construído no coração da área mais nobre do agronegócio, o complexo vai muito além de “espaço para eventos”: trata-se de um condomínio de luxo para corridas e lazer da elite, com acesso popular restrito e lucro imobiliário garantido para os bilionários da soja que cercam a obra.
Enquanto a população enfrenta filas em UPAs sem médicos, escolas sem ventiladores e estradas esburacadas, o governador Mauro Mendes se diverte acelerando no asfalto pago por todos. Em Chapecó, o investimento milionário garante uma pista de padrão internacional; em Cuiabá, o dinheiro público alimenta um playground para ricos com quilometragem de sobra para a desigualdade e velocidade máxima na exclusão social.