Pedro Taques não apenas ressurgiu no cenário político como também trouxe um arsenal de críticas afiadas contra Mauro Mendes, revelando números que incomodam a imagem do governador-empresário. Durante sua entrevista na Rádio Cultura, Taques mencionou que uma das empresas de Mendes acumula mais de 1.000 ações de execução na Justiça, questionando a credibilidade administrativa de quem, segundo ele, “não consegue nem gerir as próprias contas”.
“Se você entra na empresa do Mauro Mendes, ela tem 1.071 execuções. Isso significa que ele não paga porque é um picareta? Não. Ele não paga porque não tem dinheiro. Mas ele quer vir me criticar?”, disparou Taques, com a ironia característica que marcou sua fala. Para o ex-governador, o histórico empresarial de Mendes deveria desqualificá-lo como referência administrativa, já que a recuperação judicial de suas empresas contrasta com a imagem de eficiência que o governador tenta vender ao público.
Taques também questionou o peso moral dos ataques de Mendes contra sua gestão. “Ele quebrou a Bimetal, uma empresa que recebeu incentivos fiscais, durante a recessão. Como alguém assim se acha no direito de criticar minha administração? Eu administrei um estado quebrado por uma quadrilha. Ele, com dinheiro em caixa, se esconde atrás de propagandas.” A crítica atinge em cheio a base do discurso de Mendes, que se apresenta como um gestor moderno e eficiente.
O ex-governador não deixou de pontuar o impacto que essa conduta empresarial pode ter na política pública. “Se ele não consegue resolver os problemas das próprias empresas, o que garante que ele está cuidando do estado como deve? São 1.071 ações. Isso não é um número pequeno, é um sinal de um modelo falho de administração que pode estar sendo replicado no governo”, concluiu Taques, sugerindo que os resultados aparentes da gestão Mendes escondem problemas estruturais.
A fala de Taques reacende a discussão sobre a diferença entre administrar empresas privadas e gerir o estado. Para ele, a política exige algo que Mendes ainda não demonstrou: responsabilidade social verdadeira e a capacidade de colocar os interesses coletivos acima das soluções fáceis. “O dinheiro compra muitas coisas, mas não apaga 1.071 execuções. O governador Mauro Mendes deveria se lembrar disso antes de atacar quem enfrentou uma crise histórica de frente”, finalizou Taques, deixando a provocação no ar.