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Pela primeira vez, bancada evangélica da Câmara deve ter disputa para posto de líder

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Pela primeira vez, a bancada evangélica na Câmara pode ter uma disputa para o cargo de coordenador. 219 deputados participam do grupo. E a escolha tradicionalmente é feita por consenso. Só que a candidatura do deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) tem sido vista com desconfiança por parte da bancada depois que ele deu sinalizações de aproximação do governo Lula.

Em outubro, o deputado, que era um fiel escudeiro de Jair Bolsonaro, participou da cerimônia de sanção do Dia da Música Gospel e fez uma oração com o presidente Lula. Nesta terça, ele publicou no X:

“O PR foi internado com uma hemorragia cerebral. O que temos que fazer como igreja do Senhor? A resposta é simples: orar. Se você como cristão não consegue fazer isso, por conta do ódio político, lamento dizer que seu Messias não é o meu. Interceder pelas autoridades é nosso dever”, disse na rede social.

A aproximação do atual governo levou ao surgimento de uma nova candidatura: a do deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP). Nascimento é ligado ao pastor Silas Malafaia. Malafaia e Otoni são fiéis da Assembleia de Deus, mas em denominações diferentes – enquanto Malafaia é o presidente da denominação Vitória em Cristo; Otoni faz parte do Ministério de Madureira.

A votação – inédita – estava marcada para esta quarta (11) mas Gilberto Nascimento impugnou eleição por discordâncias com o edital. Ainda não há nova data, mas a votação pode ocorrer até fevereiro de 2025.

“Eles pediram o adiamento porque sabiam que não tinham voto”, disse Otoni ao blog. “Os mesmos que me acusam de estar próximo do governo Lula são os que querem fazer da Frente Parlamentar Evangélica um puxadinho o bolsonarismo”.

Otoni tem defendido uma aproximação maior do governo. Ele tem defendido que poderá criar um canal de diálogo com o Palácio do Planalto. E que isso será vantajoso para a comunidade evangélica.

O deputado calcula que terá apoio do Republicanos, do MDB, que é o seu partido, e da maior parte da bancada evangélica. Gilberto Nascimento dialoga com parlamentares do PL e do PSD, seu partido.

Otoni seria candidato no último biênio, mas abriu mão para evitar a disputa. Um acordo foi costurado e a coordenação foi dividida entre Eli Borges (PL-TO) e Silas Câmara (REP-AM). Cada um permaneceu metade de cada ano no cargo, passando o bastão para o outro na outra metade do ano.

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Fonte G1 Brasília

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