A penitenciária 1 de Tremembé, no interior de São Paulo, para onde Ronnie Lessa foi transferido na semana passada, recebeu reforço na segurança, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). O ex-policial militar está em regime de observação, isolado em uma cela.
O réu confesso pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes está preso desde 2019 e solicitou, em acordo de delação, para que fosse levado para Tremembé, o que foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – leia mais detalhes abaixo.
Nesta segunda-feira (24), a SAP, que administra os presídios no estado de São Paulo, enviou uma nota para a imprensa afirmando que houve reforço na segurança do presídio onde Lessa está e que nenhuma anormalidade foi relatada até o momento.
“A Secretaria da Administração Penitenciária informa que houve reforço na segurança da Penitenciaria I de Tremembé. Todas as unidades de regime fechado da SAP contam com abertura e fechamento automatizado de porta de cela, minimizando o contato entre pessoas presas e Policiais Penais. O custodiado permanece em regime de observação, não havendo nenhuma anormalidade desde a inclusão dele no presídio”, disse o órgão em nota.
Na semana, em ofício enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao governo de São Paulo e ao Ministério Público paulista, o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) afirmou que o clima estava tenso entre os detentos e que o presídio Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, a P1, pode ter uma escalada de violência e até uma rebelião por causa da presença de Lessa.
“A estrutura física da unidade e do seguro (setor em que presos ficam isolados), não propicia uma efetividade na segurança, primeiro pela falta de policiais e por razão dos preços da facção PCC não aceitarem um ex-PM na mesma unidade”, relatou a entidade na semana passada.
Ainda segundo o sindicato, denúncias recebidas pela entidade apontaram um risco de segurança tanto para Lessa, quanto para os policiais penais da unidade e demais servidores.
Atualmente, Ronnie Lessa passa por um regime de observação – procedimento padrão aplicado quando um novo detento chega ao presídio. Esse período terá duração de 20 dias.
Apesar disso, o g1 apurou que, mesmo após o encerramento desse regime, Lessa ficará em uma cela individual. Ele não terá contato com outros presos e ficará isolado de forma permanente, por medidas de segurança.
Procurado pelo g1, o advogado Saulo Carvalho informou que a defesa de Lessa entende que a penitenciária em Tremembé vai garantir a segurança do ex-policial para cumprimento da pena.
Transferência
Lessa está preso na Penitenciária ?Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra?, a P1 de Tremembé, que atualmente está superlotada.
O ex-policial militar estava na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e solicitou, em acordo de delação, para ser levado para o complexo prisional de Tremembé. A ordem para transferência é do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele deixou Campo Grande em um voo fretado da Força Aérea Brasileira (FAB). O avião com Lessa pousou no aeroporto de São José dos Campos. De lá, o ex-policial foi levado até o presídio em um carro da Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo, com escolta da Polícia Federal.
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Fonte G1 Brasília