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PIB e dólar em ascensão, pacote fiscal, G20, extremos climáticos e cirurgia: os altos e baixos de Lula em 2024

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No segundo ano do terceiro mandato presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou números positivos de crescimento e emprego, resmungou com o mercado financeiro e as altas do dólar e da taxa de juros, foi o anfitrião da cúpula do G20 e aprovou no Congresso o primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária.

O presidente, que completou 79 anos, lidou com cheias no Rio Grande do Sul e queimadas no Pantanal, Cerrado e Amazônia, demitiu um ministro em caso de assédio e contabilizou atritos na área internacional. O 2024 do petista também foi marcado pelo acidente no Palácio da Alvorada e a cirurgia para drenar um hematoma na cabeça.

Lula inicia 2025 com objetivo de melhorar a popularidade do governo. Conforme pesquisas Datafolha e Quaest, cerca de um terço dos entrevistados têm avaliações positivas da gestão (35% e 33%), patamar similar ao das considerações negativas (34% e 31%).

? Os altos e baixos do presidente vão reverberar ao longo de 2025. Dentre esses pontos estão:

  • Reforma tributária e emendas parlamentares
  • Pacote fiscal e dólar em alta
  • PIB em alta, desemprego e miséria em baixa
  • Pé-de-meia e segurança pública
  • Cheias no RS, estiagem e queimadas
  • Demissões nos Direitos Humanos e na Petrobras
  • Eleições municipais
  • Atritos com Maduro e relação com Milei e Trump
  • G20, Mercosul e polêmicas sobre Gaza e Ucrânia
  • Queda, cirurgia na cabeça e susto em avião

Veja abaixo:

Reforma tributária e emendas parlamentares

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O governo aprovou em dezembro o primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária e o pacote de medidas para reduzir gastos públicos. Lula definiu como ?marco histórico? o avanço da mudança nos impostos sobre consumo e que está atento caso sejam necessárias novas medidas de equilíbrio fiscal.

Lula e ministros se empenharam junto aos líderes partidário e aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pela aprovação dos projetos na reta final de 2024.

As votações foram destravadas graças à liberação de emendas parlamentares após o governo interpretar uma decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que estabeleceu condições e restrições para o envio e a aplicação dos recursos pelo deputados e senadores.

Pacote fiscal e dólar em alta

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Lula manteve relação conturbada com o mercado financeiro. O ano se encerrou com a taxa Selic e o dólar em patamares elevados. A escalada da taxa de juros, definida pelo Banco Central, tem relação com o controle da inflação e as dúvidas sobre a política fiscal do governo.

O pacote fiscal enviado ao Congresso visa garantir a viabilidade da atual regra que limita o crescimento das despesas do governo, porém o anúncio do plano de isentar de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais desagradou agentes financeiros. Lula barrou desvincular gastos de previdência e assistência do salário mínimo.

O pacote também influenciou na disparada do dólar. Em julho, com a moeda norte-americana cotada a R$ 5,65, Lula já se queixava de um ?jogo de interesse especulativo? contra o real, porém a cotação chegou à marca de R$ 6,230 em dezembro. A alta obrigou o BC a vender dólares no mercado.

O presidente do banco, Roberto Campos Neto, foi alvo mais uma vez das críticas do petista, que considera exagerado o patamar da Selic. A taxa chegou a 12,25% ao ano e deve subir novamente em janeiro e março. Em 2025, Campos Neto será substituído por Gabriel Galípolo, indicado por Lula para o cargo.

PIB em alta, desemprego e miséria em baixa

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Lula ironizou ao longo do ano comentários sobre ter ?sorte? por governar o país em momentos de cenário externo favorável.

O petista badalou a alta de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 e trabalha com a previsão de expansão de 3,5% em 2024.

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O presidente e ministros também destacaram dados sobre redução da miséria e do desemprego divulgados pelo IBGE. Em 2023, o Brasil alcançou os menores níveis de pobreza (27,4%) e extrema pobreza (4,4%) desde o início da medição, em 2012.

Já a taxa de desemprego caiu para 6,2% no trimestre terminado em outubro, o menor patamar de desocupação da série histórica iniciada em 2012.

Pé-de-meia e segurança pública

Em janeiro, Lula sancionou a criação do Pé-de-Meia, programa que paga um auxílio a alunos de baixa renda matriculados no ensino médio em escolas públicas, a fim de combater a evasão escolar. Para 2025, o governo planeja estender o benefício a estudantes do ensino superior das instituições federais.

O Pé-de-Meia foi um dos programas mais destacado em discursos por Lula, que repetiu durante o ano que não considera gasto recursos destinados para educação e saúde.

Outra área citada pelo petista foi a segurança pública. O governo discutiu por meses uma proposta de emenda à Constituição para ampliar a participação federal na área, já que boa parte das ações são de responsabilidade dos estados. O presidente discutiu o texto com governadores e avalia enviá-lo em 2025 ao Congresso.

Cheias no RS, estiagem e queimadas

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O governo precisou lidar com extremos climáticos em 2024. Em maio, o Rio Grande do Sul registrou a maior enxurrada histórica, que deixou 183 mortos, alagou cidades e destruiu casas, pontes e rodovias. Lula criou um auxílio emergencial pago em parcela única de R$ 5,1 mil por família, liberou recursos para financiamentos e criou um ministério que durou quatro meses para tratar da reconstrução do Rio Grande do Sul.

As demais regiões do Brasil sofreram com a seca. Pantanal, Cerrado e Amazônia foram castigados por queimadas. A Polícia Federal abriu investigações para apurar a origem dos focos, e o governo enviou ao Congresso projeto para ampliar penas de crimes ambientais. O governo encerrou o ano com queda em índices de desmatamento.

Demissões nos Direitos Humanos e na Petrobras

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Em setembro, Lula demitiu o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, após a divulgação pela imprensa de que o subordinado era acusado de assédio por mulheres, entre as quais a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Jurista e nome importante da luta antirracista no país, Almeida negou as acusações. Lula escolheu a deputada estadual mineira Macaé Evaristo (PT) para assumir a pasta.

Lula também mudou o comando da Petrobras. Em maio, demitiu o então presidente da companhia, Jean Paul Prates, e indicou para o cargo Magda Chambriard. Prates, ex-senador pelo PT, caiu após embates com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Eleições municipais

Lula não se empenhou na eleição municipal como os candidatos do PT desejavam. O presidente dedicou maior atenção à cidade de São Paulo, onde apoiou Guilherme Boulos (PSOL), derrotado no segundo turno pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Com Lula de volta ao Planalto, o PT ampliou o número de prefeituras, com 252 vitórias, porém ficou atrás de PSD (887), MDB (856), PP (747), PL (516), Republicanos (435), PSB (309) e PSDB (274). O partido venceu em apenas uma capital, Fortaleza (CE).

O desempenho reforçou a percepção do governo de que é preciso melhorar a comunicação e resultou em bate-boca público entre o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

Atritos com Maduro e relação com Milei e Trump

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A relação entre Lula e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, se deteriorou. Depois de tentar reintegrar Maduro ao cenário internacional em 2023, o Brasil não reconheceu a reeleição do venezuelano, já que as autoridades do país não apresentaram as atas que permitiriam auditar o resultado. A situação gerou troca de hostilidades entre os dois governos.

O ano de 2024 foi o primeiro de convivência de Lula com o líder argentino Javier Milei. A relação foi fria, ilustrada pela fotografia protocolar tirada pelos presidentes durante a cúpula do G20.

O petista afirmou, em mais de uma oportunidade, que seu trabalho era defender os interesses do Brasil sem a necessidade de relação de amizade com Milei.

O mesmo raciocínio tem sido aplicado a respeito do retorno de Donald Trump ao governo dos EUA. Na eleição, Lula admitiu que torcia pela vitória de Kamal Harris.

G20, Mercosul e polêmicas sobre Gaza e Ucrânia

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O principal evento da política externa em 2024 foi a cúpula do G20, em novembro. Com o Brasil à frente do grupo das principais economias do planeta, Lula recebeu lideranças no Rio de Janeiro, como os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da China, Xi Jinping. Na ocasião, ele lançou a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, um mecanismo para incentivar ações de redução da desigualdade.

Lula reforçou durante o ano a defesa de mudanças nas regras da ONU, com o aumento dos países com cadeira fixa no Conselho de Segurança, e a importância de fortalecer o Mercosul, que teve a adesão formal da Bolívia. Em dezembro, foi anunciada a conclusão das negociações do acordo comercial entre o bloco e a União Europeia. O acordo, discutido há 25 anos, ainda não entrou em vigor.

Lula voltou a provocar polêmicas por declarações e posições sobre as guerras na Faixa de Gaza e na Ucrânia. Em fevereiro, foi declarado ?persona non grata? pelo governo israelense após comparar ao holocausto a ofensiva militar contra os palestinos.

O petista também foi criticado pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que considera as posições brasileiras pró-Rússia. O Brasil apresentou, ao lado da China, uma proposta de acordo de paz que não foi adiante até o momento.

Queda, cirurgia na cabeça e susto em avião

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Lula enfrentou problema de saúde após sofrer uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada, em outubro. O presidente bateu a cabeça, foi levado ao hospital e precisou de cinco pontos na região da nuca.

O acidente doméstico obrigou o petista a cancelar uma série de viagens internacionais. Lula foi autorizado a retomar a agenda, porém, em dezembro sentiu fortes de cabeça e precisou ser operado às pressas em São Paulo para drenar um hematoma.

O petista também passou por um susto no começo de outubro na Cidade do México. A aeronave da Presidência teve um problema técnico e precisou sobrevoar a capital mexicana por cinco horas até o pouso para que Lula e comitiva trocassem de avião.

Fonte G1 Brasília

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