A CPI das Pirâmides Financeiras aprovou nesta quarta-feira (30) a convocação de executivos da 123 Milhas.
A comissão apura indícios de fraude de empresas de serviços financeiros que prometem gerar patrimônio por meio das criptomoedas. A convocação obriga o comparecimento dos autoridades.
A agência anunciou a suspensão do fornecimento de pacotes e a emissão de passagens de sua linha promocional, com embarques previstos de setembro a dezembro de 2023, deixando clientes no prejuízo (leia mais abaixo).
O requerimento, de autoria do presidente, deputado Áureo Ribeiro (SD-RJ), pediu a convocação, na condição de testemunhas, de:
- Carolina Aquino, Diretora de Desenvolvimento Empresarial da 123Milhas
- Marcos Brandão, ex-Consultor executivo e ex-VP de Governança e Gestão da 123Milhas
- Daniel Guerra, Gerente Sênior de Processos e melhoria Contínua da 123Milhas
- Roger Duarte Costa, Gerente de Prevenção a Fraudes da 123Milhas
- Matheus Divino, Gerente de Planejamento, Orçamento e Controle da 123Milhas
Além deles, foram aprovadas as convocações de Max Gaudereto Oliveira, CEO da MaxMilhas, Tânia Silva Santos Madureira, sócia da empresa HotMilhas e Cristiane Soares Madureira do Nascimento, administradora da empresa Novum Investimentos e Participações S/A, sócia da 123Milhas.
O presidente da comissão disse que todos os convocados ocupam ou ocuparam cargos de gestão, gerência ou diretoria dentro da empresa, ou fazem parte de seu quadro societário da 123Milhas.
?A atuação da 123Milhas em muito se assemelha aos casos de pirâmides financeiras, em que são necessários cada vez mais recursos para realizar a sua manutenção, e a tendência é o colapso do esquema e a ruína dos participantes, que, muitas vezes de boa-fé, realizaram as suas compras e jamais recuperarão os seus recursos?, justificou Áureo.
Além dos convocados nesta quarta, foram convocados dois sócios administradores Ramiro Julio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira. O depoimento está marcado para esta tarde.
Clientes relatam prejuízos
De acordo com comunicado enviado pela empresa, o valor pago pelos clientes seria devolvido por meio de vouchers no valor da compra, mais uma correção monetária de 150% do CDI.
No entanto, alguns clientes relataram que estão tendo prejuízo, pois estão sendo oferecidos cupons parcelados no valor da compra e os voucher só podem ser usados uma vez a cada compra, o que não cobre os gastos que os clientes tiveram com as viagens, segundo relatos.
Nesta terça, a agência de viagens entrou com pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Houve relatos de demissões na sede.
Empresas aéreas
A comissão também aprovou convites – que não obrigam o comparecimento – de representantes das companhias aéreas Gol, Azul e Latam, para esclarecer fatos relacionado ao caso da 123 Milhas. O pedido não traz os nomes de quem serão os ouvidos.
?Tendo em vista que os pacotes, antes da suspensão repentina, eram comercializados a preços consideravelmente abaixo do mercado, é imprescindível compreender a dinâmica do setor [aéreo] para avaliar a viabilidade desses valores?, afirmou o deputado Caio Vianna (PSD-RJ), autor do requerimento.
Fonte G1 Brasília