A prisão do ex-ministro Milton Ribeiro tem potencial para desmontar uma das principais estratégias eleitorais do presidente Bolsonaro (PL): o discurso de que no governo dele não há corrupção.
Na avaliação de fontes do governo ouvidas pelo blog, a linha de defesa pública vai ser repetir que Ribeiro não estava mais no governo e que, se houve ilícito, foi um “voo solo”. A ideia de tirar Milton Ribeiro da pasta era exatamente “isolar” o problema. No entanto, nos bastidores, o QG da reeleição admite que o desgaste será grande: principalmente pelo que chamam de “exploração” de falas de apoio a Ribeiro de Bolsonaro ? como a de que ele colocaria “a cara no fogo” por Ribeiro, durante a eleição.
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Ministros do governo tentam circunscrever as investigações da Polícia Federal a um suposto favorecimento de Ribeiro por meio de universidades, como se fosse um ato isolado, sem relação com o governo. A informação, relatada ao blog por fontes do governo, já indica a linha de defesa do Planalto para se afastar da prisão de Ribeiro.
Ribeiro foi indicado para a vaga por Bolsonaro como gesto ao segmento evangélico ? mas, por não atender pleitos de parlamentares, a bancada passou a dizer que ele não representava o segmento.
O presidente da frente parlamentar evangélica, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse ao blog nesta quarta-feira (22) que sempre defendeu “cadeia” se houvesse ilícitos envolvendo o ex-ministro Milton Ribeiro e que, para ele, a prisão é “boa notícia” para o segmento evangélico.
“Eu sempre disse isso: se tiver ilícito, que se afaste, apure e cadeia. Para nós, evangélicos, é uma boa notícia a punição”.
Sóstenes é aliado do governo e pressionou pela saída de Ribeiro, comanda uma bancada de quase 130 parlamentares, entre senadores e deputados.
Bolsonaro conta o segmento como uma de suas bases eleitorais. Para Sóstenes, a notícia de prisão de Milton Ribeiro é um “desgaste eleitoral” para o governo. “Sem dúvida, um desgaste eleitoral para o governo”.
Fonte G1 Brasília