O motivo foi uma recente reunião do partido com neonazistas e empresários na qual discutiram sobre um projeto de expulsão em massa de imigrantes e “cidadãos não assimilados“.
Em Frankfurt, cerca de 35 mil pessoas se reuniram neste sábado sob o lema “Defendam a democracia – Frankfurt contra a AfD”. Um número semelhante de pessoas se manifestou na cidade de Hannover, mais ao norte, com cartazes que diziam “Fora nazistas”.
Também foram registrados atos em Braunschweig, Erfurt e Kassel, e em cidades menores, como vem acontecendo diariamente há uma semana.
Ao todo neste fim de semana, são esperados atos em mais de 100 cidades alemãs. Neste domingo, foram convocados protestos em Berlim, Munique, Colônia, Dresden, Leipzig e Bonn.
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Além de alguns políticos, a Igreja e a Federação Nacional de Futebol fizeram um apelo à manifestação da rejeição à AfD, que entrou no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento, em 2017.
O chanceler alemão, o social-democrata Olaf Scholz, pediu em comunicado na sexta-feira que todos se posicionassem “a favor da coesão, da tolerância” e da “nossa Alemanha democrática”.
Friedrich Merz, líder do partido da oposição conservadora CDU, escreveu na rede social X que é “muito encorajador que milhares de pessoas se manifestem pacificamente contra o extremismo de direita”.
Entretanto, dois membros de seu partido, pertencentes ao Werteunion, a ala mais conservadora do CDU, também participaram da reunião em Potsdam. O líder deste grupo, Hans-Georg Maassen, anunciou neste sábado que deixou a sigla e comunicou a formação de um partido próprio.
A revolta
Os protestos eclodiram após a organização de jornalismo investigativo Correctiv divulgar, em 10 de janeiro, informações sobre uma reunião secreta em Potsdam, perto de Berlim.
Entre os participantes havia membros da AfD, neonazistas e empresários. O evento também contou com a presença de uma figura de destaque do movimento identitário radical, o austríaco Martin Sellner.
O partido confirmou a presença dos seus membros na reunião, mas garantiu que não apoia o projeto de “remigração” apresentado por Sellner.
O austríaco apoia a teoria da conspiração da “grande substituição”, que afirma que existe um complô de imigrantes não-brancos para substituir a população branca “nativa” da Europa.
O caso chocou muitos na Alemanha, num momento em que a AfD está em alta nas pesquisas eleitorais antes de três grandes eleições regionais no Leste do país, onde o apoio ao partido é mais forte.
Fonte G1 Brasília