O Diretório Nacional do PT aprovou nesta segunda-feira (13) uma resolução para propor que o presidente do Banco Central (BC), o economista Roberto Campos Neto, explique no Congresso Nacional a política de juros da instituição.
Eles reclamam dos juros altos, atualmente a 13,75% ao ano, o maior patamar em seis anos.
O líder da bancada do PT na Câmara, Zeca Dirceu, publicou nesta tarde no Twitter que “já passou da hora o debate sobre os juros altos no Brasil”:
“O presidente do Banco Central, Campos Neto, prestaria um grande serviço ao país, se antecipando e vindo por conta própria ao Congresso”.
Queda de juros depende de condições econômicas
A taxa de juros subiu mais de 11 pontos percentuais entre janeiro de 2021 e agosto de 2022. De acordo com o Banco Central, a medida foi necessária para frear a inflação, agravada por eventos como a pandemia da Covid e a invasão da Ucrânia pela Rússia, além de fatores internos.
Com a disparada dos preços, o BC avaliou que era necessário elevar os juros e, assim, reduzir a circulação de dinheiro na economia — mecanismo que segura a inflação.
Economistas avaliam que a redução dos juros, para não piorar a inflação, deve ser acompanhada de melhorias na economia. O governo precisa dar sinais positivos ao mercado e aos investidores ? por exemplo, garantindo responsabilidade fiscal e segurança jurídica.
Isso traria investimentos ao país e manteria as contas públicas sob controle, fatores que contêm a inflação.
O economista Pérsio Arida, um dos pais do Plano Real e integrante da transição do governo Lula, afirmou em novembro que outra condição é a taxa de juros nos Estados Unidos, em tendência de alta. Quanto maior a taxa norte-americana, mas os investidores vão preferir enviar capital para o país, a principal economia do mundo.
?A queda de juros projetada pelo mercado parece razoável, mas depende da política fiscal responsável no Brasil e da taxa de juros americana. São as duas preocupações que podem afetar a taxa de juros mais a frente?, afirmou o economista.
Maurício Godoi, especialista em crédito e professor da Saint Paul Escola de Negócios, afirma que existe uma “conjuntura internacional complexa, com economias desenvolvidas elevando juros e grande volatilidade de moedas no cenário internacional”.
“Já pensando em Brasil, temos incertezas em relação ao futuro fiscal e uma expectativa ainda alta de inflação que continuam a trazer um cenário mais conservador. Por isso, a taxa de juros tende a permanecer mais alta no decorrer do ano”, avalia.
Fonte G1 Brasília