A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou na tarde desta segunda-feira (11) em São Paulo que o partido irá pedir à Procuradoria Geral da República (PGR) a federalização da investigação do assassinato do tesoureiro petista Marcelo Aloizio de Arruda, que foi morto a tiros por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
“Tem que ter uma ação bem contundente quanto a isso e uma movimentação da sociedade civil em apoio”, afirmou Gleisi após reunião sobre segurança com a coordenação da campanha do PT em um hotel na capital paulista. “Não é um crime comum, implica uma questão politica e não é [fato] isolado.”
Segundo a presidente do PT, está sendo articulada uma reunião com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça (12), entre o partido e outras legendas, em que deve ser apresentado um “memorial da violência política”, com fatos recentes, e um pedido por uma campanha por uma eleição pacífica.
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“Achamos que o TSE tem de fazer uma campanha alertando sobre violência política. O TSE faz campanha sobre a importância do voto feminino, da importância do voto da juventude, tem de fazer uma campanha da importância de uma eleição pacifica”, afirmou.
E completou: “Eleição não é um campo de guerra, onde você elimina o adversário. [Em] eleição você debate propostas, debate ideias e tem que ter respeito. Isso [violência] é recente, tem nome e tem endereço: é um movimento que foi deflagrado por Jair Bolsonaro, é um movimento de ódio.”
Ainda segundo a deputada petista, no momento, a maior segurança à campanha e aos pré-candidatos “é o povo na rua”.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede), que também participou da reunião, afirmou que a live da última quinta (7) feita por Bolsonaro foi um “apito de cachorro” para incentivar a violência por parte de seus apoiadores. Os pré-candidatos Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) também serão convidados a assinar o pedido ao TSE.
“Estamos pedindo audiência para amanhã com o Tribunal Superior Eleitoral, com o presidente e os membros do tribunal onde iremos protocolar uma representação para que o discurso de ódio na campanha seja responsabilizado. Essa representação já está sendo preparada, para qualquer ato de incitação ao crime, os chamados apito de cachorro que o Bolsonaro costuma fazer”, afirmou o senador.
“Bom lembrar que na última quinta-feira ele fez uma declaração pública dizendo para os seus apoiadores que eles sabiam o que tinha que ser feito. Do sábado para o domingo, ocorreu o que todos vocês estão acompanhando, então é uma lógica da campanha fascista, incensar o discurso de ódio, mesmo de forma velada, o que se chama comumente de ‘apito de cachorro’ para a mobilização, então isso tem que ser criminalizado.”
“”Os crimes que estão em cursos têm um mobilizador e um motivador: chama-se Jair Messias Bolsonaro”, finalizou Randolfe.
Rui Falcão, coordenador de comunicação da campanha da chapa PT-PSB, disse que é preciso conter a onda da violência e intolerância oriunda do bolsonarismo.
O crime
O crime aconteceu na madrugada de domingo (10). O guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Arruda, de 50 anos, foi morto a tiros na própria festa de aniversário – com temática do Partido dos Trabalhadores e do ex-presidente Lula – pelo policial penal federal Jorge Guaranho.
Guaranho foi ferido pelo guarda municipal, que também estava armado, e está internado em um hospital da cidade. Ele teve a prisão preventiva decretada. O promotor de Justiça Tiago Lisboa Mendonça informou que assim que o agente estiver em condições, será ouvido.
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Fonte G1 Brasília