A Polícia Federal cumpriu, no início da noite desta quarta-feira (20), mandado de busca pessoal e de apreensão de celulares contra o pastor Silas Malafaia no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.
A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da PET nº 14129, que apura tentativa de obstrução de Justiça ligada à trama golpista.
Além da apreensão de aparelhos, Malafaia foi alvo de medidas cautelares diversas da prisão, entre elas:
- proibição de deixar o país;
- proibição de manter contato com outros investigados.
Para o procurador-geral, Paulo Gonet, a PF obteve diálogos e publicações nos quais Malafaia ” aparece como orientador e auxiliar das ações de coação e obstrução promovidas pelos investigados Eduardo Nantes Bolsonaro e Jair Messias Bolsonaro”.
Quem é Silas Malafaia?
O pastor Silas Malafaia tem 66 anos e é presidente nacional da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, denominação evangélica com forte atuação política no Brasil.
Silas Malafaia é figura pública conhecida desde a década de 1990, com forte presença em TVs, como televangelista, e depois nas redes sociais e em palcos de grandes atos políticos.
Inicialmente, apoiou o PT nas eleições de 2002 e 2006, chegando a participar de conselhos informais na Presidência da República.
Depois, voltou-se para a oposição, apoiando José Serra e Aécio Neves, até se tornar um dos principais cabos eleitorais evangélicos de Jair Bolsonaro em 2018 e 2022.
É reconhecido por defender pautas conservadoras, e liderou a organização de várias manifestações públicas de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
O pastor nega publicamente envolvimento em supostas articulações contra a Justiça e alega perseguição política.
O que diz a PGR
As medidas foram pedidas ao STF pela Polícia Federal. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou favoravelmente às medidas, em parecer do último dia 15.
Para o procurador-geral, Paulo Gonet, a PF obteve diálogos e publicações nos quais Malafaia ” aparece como orientador e auxiliar das ações de coação e obstrução promovidas pelos investigados Eduardo Nantes Bolsonaro e Jair Messias Bolsonaro”.
“Impõe-se concluir que estão associados no propósito comum, bem como nas práticas dele resultante, de interferir ilicitamente no curso e no desenlace da Ação Penal n. 2668 [da tentativa de golpe], em que o ex-presidente figura como réu”, disse Gonet.
Fonte G1 Brasília