O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Eduardo Botelho (UB), rebateu as críticas ao Governo do Estado, pela aquisição aparelho israelense GI2S, para monitorar a localização de pessoas através do celular. O equipamento foi comprado no ano passado, através da Polícia Civil de MT com a dispensa de licitação, em um custo aproximado de R$ 5 milhões
Segundo Botelho, o aparelho auxiliará no combate à criminalidade, além de uma resposta mais rápida na solução de casos, alegando que negar o uso do equipamento é “dar vantagem” para o aumento de casos.
“Esse aparelho, pelo que tenho conhecimento, não intercepta a ligação e não grava. Ele simplesmente faz a localização. E aí eu faço uma pergunta: vocês querem que localizem rapidamente um bandido ou não? Se quiser dar favorável para os bandidos, ‘larga’ do aparelho”, asseverou.
Para justificar e exemplificar a defesa do equipamento, o deputado utilizou como exemplos vários casos que chocaram a sociedade mato-grossense; entre elas a chacina ocorrida em um bar da cidade de Sinop (480 Km de Cuiabá), onde sete pessoas morreram à tiros no dia 21 de fevereiro deste ano e o homicídio do assessor parlamentar do colega de AL, deputado Wilson Santos (PSD). Também o feminicídio ocorrido na semana passada, no Bairro Pedra 90, em Cuiabá.
Conforme o presidente da Casa de Leis, em todos os casos citados, os autores dos crimes poderiam sim ter sido localizados caso o Estado já tivesse o equipamento rastreador, ratificando à população que existe todo um protocolo para o uso do equipamento, reiterando que o equipamento não é uma escuta telefônica e que todas as informações doletadas pelo GI2S são encaminhadas para a Justiça e para o Ministério Público.
“Nós queremos uma polícia eficaz, rápida e atuante. Ele não grava ligação. Não pode gravar. Ele faz uma localização e, simplesmente nesses casos, eles criam ali um protocolo que depois é encaminhado [ao Judiciário]. Então, não é nada [demais]”, garantiu.
Questionado sobre a possibilidade de uma nova “Grampolândia Pantaneira” – Escândalo de escutas telefônicas ocorrido na gestão do ex-governador, Pedro Taques, que ganhou repercussão nacional – Eduardo Botelho refutou e descartou a possibilidade prontamente. “Não. Ele não grampeia, ele não grava. Não tem essa possibilidade”, concluiu.
O APARELHO
O GI2S é um equipamento é similar ao utilizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2021. Dotado de alta tecnologia, o aparelho permite rastrear o paradeiro de uma pessoa a partir de dados transferidos do celular para torres de telecomunicações.
Além disso, o equipamento consegue monitorar até 10 mil pessoas simultaneamente, possibilitando ainda a criação de alertas em tempo real do paradeiro dos investigados.
Fonte: Isso É Notícia