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R$ 4,5 milhões na “Semana do Cavalo”: Mauro Mendes, Virgínia e Paulo Araújo transformam evento equestre em palco de ostentação, selfie e dança — pago com dinheiro público.

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Uma cavalgada milionária, com direito a dança, abraços para as câmeras, selfies emocionadas e muitas poses para as redes sociais. Assim foi a abertura da 12ª “Semana do Cavalo”, promovida pela CORDEMATO — entidade agraciada sem chamamento público com Termo de Fomento assinado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDEC) ao custo de exatos R$ 4.550.000,00 aos cofres públicos. O evento, formalmente voltado ao incentivo técnico da cadeia do agronegócio e da equinocultura, foi dominado por presenças ilustres da elite governista: a influente primeira-dama Virgínia Mendes, o governador Mauro Mendes e o animado deputado estadual Paulo Araújo, que, num misto de emoção e idolatria, dançou, sorriu e se derreteu ao ver o casal mais poderoso do Palácio Paiaguás no evento dos cavalos, como se ali estivesse presenciando uma epifania equestre.

Mas o ponto alto da encenação veio no discurso do deputado Paulo Araújo. Em êxtase retórico, teceu loas tão açucaradas à primeira-dama Virgínia Mendes — num entusiasmo que beirava a poesia de cordel — que nem os cavalos do evento resistiram. Houve quem jurasse ter visto um alazão baixar a cabeça de vergonha e um outro empinar com cara de constrangimento. O ambiente, que deveria ser de técnica e fomento rural, virou quase uma comédia pastelão, com o deputado desempenhando, com esmero, o papel de mestre de cerimônias da bajulação.

A justificativa oficial para o investimento foi publicada no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso no dia 24 de abril de 2025, sob o processo nº SEDEC-PRO-2025/00584. A justificativa sustenta a “inexigibilidade de chamamento público” com base na Lei nº 13.019/2014 e na Instrução Normativa nº 01/2016, autorizando o Termo de Fomento com a CORDEMATO para promover o evento.

Tudo isso com a bênção do secretário César Miranda, e sob as graças do “espírito santo de selfie” que baixou no deputado Paulo Araújo — aquele mesmo que já foi acusado de fisiologismo e hoje vive em estado de graça com o governo Mendes. Detalhe adicional (e não menos revelador): o presidente da CORDEMATO, Joeverton Silva de Jesus, é também secretário municipal de Cultura de Cuiabá na gestão do atrapalhado Abílio Brunini, o que dá ao caso contornos ainda mais insólitos e multifacetados. Afinal, a pergunta que não quer calar é: pagar cavalgada de luxo com dinheiro do contribuinte é política pública ou política de palco?

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