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Um ônibus leva 15 horas para percorrer os mais de mil quilômetros de distância entre São Paulo e Brasília, uma viagem longa e que não é barata. Uma passagem de ida e volta custa, em média, R$ 600. Já para transportar os golpistas até Brasília, teve empresa de fretamento que cobrou menos da metade deste valor não só por um assento, mas para alugar o ônibus inteiro, com direito a motorista.
A informação está num relatório de inteligência da Polícia Rodoviária Federal, a que a TV Globo teve acesso. O documento traz uma relação de 25 empresas de ônibus do estado de São Paulo suspeitas de colaborar com os atos golpistas de domingo (8).
Uma delas é a Valetur Transportes de Locação e Turismo Ltda., de Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, que declarou em nota fiscal ter cobrado R$ 200 pelo aluguel de um ônibus que foi e voltou de Brasília com 59 passageiros.
A TV Globo tentou contato com a companhia, mas não conseguiu.
Segundo o relatório da PRF, o valor de mercado de uma viagem como esta gira em torno de R$ 15 mil, ou seja, 75 vezes mais do que foi cobrado pela Valetur.
Outras 18 empresas citadas pela PRF declararam ter cobrado valores abaixo de R$ 5.000 pelo mesmo trajeto.
Um levantamento feito pela produção do ?Jornal Nacional” também identificou o caso de uma empresa que foi contratada pelo próprio dono. Jeanfrander de Araújo é um dos sócios da Osvaldo Turismo, de Franca. Ele aparece como contratante de um ônibus que levou 60 pessoas para Brasília no sábado (7) à noite e também como contratante e motorista de um outro ônibus, com 52 passageiros, que saiu de Franca no mesmo dia e horário.
Procurada, a empresa não se manifestou.
Outros sete empresários são citados como motoristas de seus próprios ônibus em viagens consideradas suspeitas pela PRF. Dos 47 ônibus que partiram de São Paulo para Brasília, apenas três saíram da capital e tiveram como ponto de partida a avenida onde ficava o acampamento golpista, em frente ao quartel do Comando Militar do Sudeste, desmontado nesta semana.
Fonte G1 Brasília
