A equipe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva traçou uma estratégia para crescer de quatro a cinco pontos nas intenções de voto até o dia do primeiro turno da eleição presidencial, o que pode garantir a vitória já nesta primeira etapa da campanha presidencial.
Já o presidente Jair Bolsonaro aposta no segundo turno e vai focar os últimos dias da campanha em São Paulo, para terminar o primeiro turno próximo do petista.
O discurso dentro dos comitês dos dois candidatos que polarizam a eleição busca manter suas tropas mobilizadas e otimistas.
No de Lula, hoje todos trabalham na direção de encerrar a eleição sem necessidade de segundo turno, enquanto no de Bolsonaro a ordem é evitar passar qualquer mensagem de desânimo, buscando demonstrar confiança na realização do segundo turno.
A operação montada pela equipe petista contempla a seguintes etapas: 1) ensinar a votar, reforçando o número 13; 2) fazer um chamamento para ninguém deixar de votar, reduzindo a abstenção; 3) focar em agendas e mensagens para a juventude, eleitorado no qual o petista acredita que pode crescer mais; 4) trabalhar o eleitorado da classe média, prometendo, por exemplo, corrigir a tabela do Imposto de Renda e 5) criar uma grande onda na última semana, a partir de um evento de impacto na segunda-feira batizado de ?Brasil da Esperança?, que contará com a presença física e virtual de artistas, num auditório em São Paulo.
Além disso, Lula tem sido orientado a ?não errar, não colocar nenhuma frase fora do lugar?, para não dar munição nesta reta final ao presidente da República. A ideia é ainda, nos próximos eventos, criar cada vez mais um ambiente de que Lula está sendo apoiado por uma frente ampla, conseguindo o apoio de quem nunca votou em Lula e tem restrição ao PT, mas que nesta eleição vai optar pelo ex-presidente em defesa da democracia.
Nesta linha, os petistas estão destacando a nota divulgada nesta quinta-feira (22) pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, defendendo um voto pró-democracia. Apesar de FHC não ter citado nomes na sua nota, os petistas avaliam que os requisitos listados pelo tucano para indicar o voto num candidato neste ano se encaixam no perfil do ex-presidente Lula. Os dois, por sinal, já tiveram um encontro neste ano.
Já no comitê de Bolsonaro, a ordem é evitar qualquer mensagem que possa representar um sentimento de desânimo nesta reta final. A estratégia é trabalhar para que a eleição vá para o segundo turno e bater na tecla que, nesta etapa final, é uma outra eleição. Até hoje, porém, nenhum candidato que chegou atrás ao segundo turno conseguiu vencer a disputa eleitoral.
Bolsonaro está nesta quinta (22) em Manaus e Belém e, no sábado (24), estará em eventos em São Paulo. Por sinal, na reta final, o seu foco vai ser o Estado que é berço político de Lula. Ele vai voltar também a Minas. Tudo dentro da estratégia de crescer no Sudeste, território considerado estratégico para os bolsonaristas garantir o segundo turno.
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Fonte G1 Brasília