O tenente coronel André Luis Cruz Correia, exonerado do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) após ter sido descoberto em um grupo golpista, foi abrigado pelo Comando do Exército. Correia atuava na segurança direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e estava em um grupo do qual também participava Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A exoneração de Correia foi publicada no DOU (Diário Oficial da União) no dia 10 de agosto de 2023, assinada pelo secretário-executivo do GSI, Ivan de Sousa Corrêa Filho. A portaria tem validade a partir do dia 11 de agosto.
Dias antes, no entanto, já havia sido publicada no DOU a nomeação do tenente coronel no cargo de oficial no gabinete do comandante do Exército, general Tomás Paiva. A portaria, de 8 de agosto, é assinada pelo próprio comandante.
Procurada, a assessoria do Exército informou que a nomeação de Correia se deu por uma permuta de servidores. O GSI havia solicitado a requisição de um militar que estava lotado na Comunicação da Força. Para não haver desfalque, cedeu Correia.
Interlocutores do Comando afirmam que o grupo do qual o tenente coronel fazia parte era formado por militares da mesma turma. Até onde se apurou internamente, não há manifestações objetivas do ex-segurança de Lula em favor de golpe.
A apreensão do celular de Mauro Cid levou a Polícia Federal a descobrir que um segurança presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva estava em um grupo de WhatsApp com militares da ativa que defendiam um golpe de Estado e que faziam ameaças ao ministro Alexandre de Moraes.
Na semana passada, o jornalista Cesar Tralli adiantou a demissão do militar na GloboNews. Nesta sexta-feira (25), o blog revelou que a Polícia Federal descobriu que Correia, segurança do presidente Lula, estava no grupo golpista. O militar chegou a viajar com o chefe do Executivo.
Procurado pelo blog, o ministro do GSI, general Marcos Antonio Amaro dos Santos, confirmou a saída de Correia da segurança presidencial e disse que se trata de uma exoneração, não uma demissão. Ele também disse desconhecer a existência de um relatório da PF que indique que Correira estava em grupo golpista.
Fonte G1 Brasília