Foi exonerado o superintende da Polícia Federal em Alagoas, o delegado Sandro Luiz do Valle Pereira. O afastamento dele do cargo ocorre após a Folha de São Paulo denunciar que a substituição dele, definida em oportunidade anterior pelo diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes, tinha sido barrada pelo Ministério da Justiça.
Em 11 de maio, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) emitiu uma nota pública onde classificou como grave a suspeita de ingerência na institutição e afirmou que estava prestando apoio aos delegados de Alagoas.
O texto da nota informa que a ADPF enviou ofício ao diretor-geral da Polícia Federal, juntamente com a ata da reunião realizada com os delegados da Superintendência de Alagoas, solicitando providências urgentes.
?A situação relatada pela imprensa em que, supostamente, o Diretor-Geral da PF se vê impossibilitado de realizar a troca na cadeia de comando da Polícia Federal em Alagoas, se confirmada, é fato gravíssimo e inaceitável, demonstrando grave ingerência externa nas atribuições operacionais inerentes à direção do órgão?, diz a nota.
Para a associação, se confirmada a ingerência sobre a decisão do diretor-geral, a autonomia de gestão de Márcio Nunes e as prerrogativas dos delegados federais ficam ameaçadas, se fazendo necessária a ?criação de instrumentos legais que possam proteger a atuação da Polícia Federal?.
A nota conclui cobrando que o Congresso Nacional acelere a tramitação da PEC 15/2020-SF, que prevê mandato para o Diretor-Geral da PF, com lista tríplice, além da PEC 412/09-CD, que prevê a autonomia para a instituição, dentre as quais a de nomear cargos sem necessidade de autorização prévia da Casa Civil da Presidência da República ou do Ministério da Justiça.
Sandro Luiz Valle Pereira tomou posse do cargo de superintendente da Polícia Federal em Alagoas em agosto de 2021. A nomeação dele foi anunciada em maio do mesmo ano, mas a cerimônia de posse só aconteceu mais de dois meses depois.
A posse de Valle Pereira contou com a presença de diversas autoridades, civis e militares, de Alagoas e nacionais, a exemplo do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, que é alagoano, e do ex diretor-geral da PF, Paulo Gustavo Maiurino, que ficou no cargo até fevereiro deste ano.
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Fonte G1 Brasília