O governo de Mato Grosso, sempre à frente em soluções inovadoras, parece ter encontrado a resposta definitiva para evitar desabamentos no icônico Portão do Inferno: tela de galinheiro. Agora, além de permanecer como a grande aposta da engenharia estadual, a estrutura cresceu ainda mais, expandindo o “galinheiro” improvisado à beira do precipício. Enquanto isso, as obras seguem em ritmo lento, colocando a vida de motoristas em risco diário na rodovia Emanuel Pinheiro.
A obra, orçada em R$ 29 milhões e entregue sem licitação à Lotufo Engenharia, tem provocado espanto e indignação, mas também rendeu boas risadas nas redes sociais. Afinal, poucos poderiam imaginar que, em pleno século XXI, a alta tecnologia aplicada a uma obra pública se resumiria a uma solução digna de um curral. O curioso é que, além da estética duvidosa, o projeto ignora qualquer recomendação técnica sobre como lidar com encostas instáveis, reforçando a fama do governador Mauro Mendes como um entusiasta de experimentos desastrosos contra o meio ambiente.
Enquanto ambientalistas alertam para o risco iminente de desabamento de uma área tombada do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, o governo segue impassível, sustentando que a tela improvisada é suficiente para garantir segurança. Mas a cada dia de atraso, a cada pedra que se solta e ameaça os motoristas, fica mais evidente que a tragédia anunciada pode estar mais próxima do que nunca. No fim, o Portão do Inferno já não é mais um ponto turístico – é um teste de sobrevivência.