O ex-presidente Bolsonaro (PL) deu sinal verde para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se aproximar do Judiciário para evitar derrotas para bolsonaristas e, em última instância, a prisão de Bolsonaro.
Os principais movimentos se deram a partir de 25 de janeiro, em ato bolsonarista na Avenida Paulista. Ali, Bolsonaro achou que seria preso a depender do resultado do ato. Foi Tarcísio quem costurou o tom do evento com ministros do STF.
Ele tem interlocução direta, entre outros, com Moraes e Gilmar Mendes.A interlocutores, Tarcísio repete que sua estratégia está findada em convencer o bolsonarismo a ?esquecer o judiciário e o STF?.
E essa articulação está combinada com Bolsonaro.
Podem até não confirmar oficialmente- até porque o ex-presidente gosta de manter inflamado o grupo radical que o apoia e quer briga com o STF- mas essa costura tem como objetivo final salvar Bolsonaro de uma eventual prisão. Essa, pela via do Judiciário.
A outra, em curso, é pelo Congresso, com projetos como o da delação premiada. E a senha para esse jogo combinado é Tarcísio, o tempo todo, repetir que é bolsonarista e continuará sendo- como fez no último fim de se semana.
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Morde e assopra
Ao mesmo tempo que reafirma que é leal a Bolsonaro, aliados de Tarcísio querem que o governador se coloque como um personagem que é bolsonarista mas que não concorda com tudo que Bolsonaro faz. Essa estratégia mira o eleitor de centro.
No final de semana, por exemplo, Tarcísio elogiou publicamente Dilma Rousseff, diz que respeita a ex-presidente e que só tem a agradecer.
Bolsonaristas que conversaram com o blog avaliam que Tarcísio aproveita esse tipo de comentário para marcar posição de que não vê adversários como inimigos, como Bolsonaro costuma fazer.
Errará, afirma Tarcísio a aliados, quem achar que ele será desleal a Bolsonaro em algum momento de sua trajetória.
Ele próprio faz questão de reforçar isso quando diz que deve tudo a Bolsonaro. E, se for candidato, será por ordem de Bolsonaro.
Apesar de Tarcísio negar pretensões eleitorais para 2026, no campo progressista, há uma avaliação de que está em curso articulações de pré-campanha, como aproximação cada vez maior de Tarcísio com Campos Neto, visto como nome forte da Economia num eventual governo de Tarcísio.
Hoje, por exemplo, tem o jantar entre os dois.
Esse tipo de movimentação acendeu alerta no PT, que passou a monitorar com lupa os passos de Campo Neto e Tarcísio. Até porque, quando Lula começou o governo, via como adversários Lira e Campos Neto.
Os dois dois nomes que estarão sem a caneta em 2025, mas seguirão com poder de articulação, avaliam petistas.
Foco em 2024
Bolsonaro, no entanto, orientou a aliados que só se fala de 2026 depois de 2024, ano de eleições municipais. Por enquanto, o candidato de Bolsonaro é Bolsonaro- que está inelegível, mas acredita em alguma reversão.
Aliados discordam e acham que, do Judiciário, a única movimentação possível seria evitar uma prisão- mas não uma reversão de inelegibilidade.
Fonte G1 Brasília